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Governo faz acusação a humorista
DE CARACAS
Um artigo do humorista
Laureano Márquez em
que ele especula sobre como seria a Venezuela sem
o presidente Hugo Chávez
desatou a ira do governo
nacional, que o acusou de
"fascista" e o denunciou ao
Ministério Público.
No texto, publicado anteontem pelo diário "Tal
Cual", Márquez imagina
que, no primeiro dia sem
"Esteban" (usado na Venezuela como "fulano" ou
como uma abreviação de
"este bandido"), "as pessoas realmente não podem acreditar e começam
a viver um estado de confusão. Grupos armados
pró-governo (anterior)
destroem o que havia sobrado do país (o que felizmente era muito pouco)".
Nos dez anos sem "Esteban", escreve Márquez,
"se consegue açúcar novamente nos supermercados" venezuelanos. Vinte
anos depois, "morre oficialmente [o líder cubano]
Fidel Castro, e Raúl [Castro] pede a Esteban que
abandone Cuba".
O texto termina com
cem anos sem "Esteban":
"As pessoas veem com assombro os vídeos de como
ele governava o país, de como tratava os cidadãos e
seus próprios ministros.
Muitos acham que se trata
de uma piada do programa
de humor mais antigo da
televisão venezuelana".
Em nota divulgada anteontem, o Ministério da
Comunicação venezuelano acusa o artigo de Márquez de usar "o clássico libreto fascista para derrocar o governo revolucionário" e de ser "um convite a
um plano golpista, genocida e terrorista, disfarçado
por meio do humor".
Não é a primeira vez que
Márquez é alvo de investida do governo Chávez.
Em 2007, ele e o "Tal
Cual" foram condenados
pela Justiça venezuelana a
pagar uma multa de US$
18,6 mil. O processo teve
início depois de o presidente venezuelano ter reclamado, em comentário
na televisão, de um artigo
em que o humorista mencionara a sua filha menor
de idade.
(FM)
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