São Paulo, domingo, 31 de janeiro de 2010

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China trava relações militares com EUA

Plano americano de vender US$ 6,4 bilhões em armamentos para Taiwan provoca tensão em Pequim

DA REDAÇÃO

A China suspendeu parcialmente seu intercâmbio militar com os EUA em resposta ao plano americano de vender US$ 6,4 bilhões em armas para Taiwan. Os detalhes da venda foram divulgados anteontem no site do Pentágono e apresentados ao Congresso, em Washington. O negócio inclui 60 helicópteros, 114 mísseis patriot, navios e informação tecnológica. A venda será concluída caso o Congresso não se oponha em um prazo de 30 dias.
O vice-ministro chanceler He Yafei advertiu o embaixador americano em Pequim, Jon Huntsman, sobre as consequências da venda. O Ministério da Defesa da China convocou representante da Embaixada dos EUA em Pequim para detalhar o negócio.
A Chancelaria chinesa declarou que "imporá sanções às empresas americanas que participem da venda de armas a Taiwan" e que Pequim decidiu suspender as consultas ministeriais sobre segurança estratégica, controle de armas e proliferação com os EUA.
A venda pode representar um empecilho à cooperação que os EUA buscam nas inspeções ao programa nuclear do Irã e no afrouxamento de controles na internet -tensionada pelos ataques ao Google na China. Fontes da Chancelaria chinesa afirmaram que a cooperação entre os dois países sobre importantes assuntos regionais e internacionais serão afetados pela venda das armas.
"A decisão dos EUA constitui uma violação grave dos acordos firmados pelos líderes de ambas as partes e é contrária aos princípios da declaração conjunta emitida durante a visita do presidente Barack Obama à China, em novembro do ano passado", disse o porta-voz do Ministério da Defesa chinês Huang Xueping.
Taiwan é um dos temas mais delicados nas relações entre EUA e China. Pequim reivindica o controle sobre a ilha, que considera uma "Província rebelde". Ocupada pelos nacionalistas do Kuomintang em 1949, Taiwan fica a 130 km da costa chinesa. Apesar de os EUA terem rompido relações diplomáticas com Taiwan em 1979 para estabelecê-los com a China, Washington manteve pacto com Taipé, comprometendo-se a reforçar as defesas da ilha. Os EUA são o principal aliado do governo taiwanês e maior fornecedor de armas ao país.
Embora as relações econômicas e de transporte entre China e Taiwan tenham sido normalizadas desde que o presidente taiwanês Ma Ying-jeou tomou posse em maio de 2008, Pequim ameaça invadir a ilha caso esta formalize de fato a sua independência. O governo de Taiwan considera necessária a manutenção de um sistema de defesa diante das divergências políticas com a China. "A venda contribui para que Taiwan se sinta mais segura e confiante nas suas relações com a China", disse o presidente taiwanês.

Com agências internacionais



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