|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
China trava relações militares com EUA
Plano americano de vender US$ 6,4 bilhões em armamentos para Taiwan provoca tensão em Pequim
DA REDAÇÃO
A China suspendeu parcialmente seu intercâmbio militar
com os EUA em resposta ao
plano americano de vender
US$ 6,4 bilhões em armas para
Taiwan. Os detalhes da venda
foram divulgados anteontem
no site do Pentágono e apresentados ao Congresso, em
Washington. O negócio inclui
60 helicópteros, 114 mísseis patriot, navios e informação tecnológica. A venda será concluída caso o Congresso não se oponha em um prazo de 30 dias.
O vice-ministro chanceler
He Yafei advertiu o embaixador americano em Pequim, Jon
Huntsman, sobre as consequências da venda. O Ministério da Defesa da China convocou representante da Embaixada dos EUA em Pequim para
detalhar o negócio.
A Chancelaria chinesa declarou que "imporá sanções às
empresas americanas que participem da venda de armas a
Taiwan" e que Pequim decidiu
suspender as consultas ministeriais sobre segurança estratégica, controle de armas e proliferação com os EUA.
A venda pode representar
um empecilho à cooperação
que os EUA buscam nas inspeções ao programa nuclear do
Irã e no afrouxamento de controles na internet -tensionada
pelos ataques ao Google na China. Fontes da Chancelaria chinesa afirmaram que a cooperação entre os dois países sobre
importantes assuntos regionais e internacionais serão afetados pela venda das armas.
"A decisão dos EUA constitui
uma violação grave dos acordos
firmados pelos líderes de ambas as partes e é contrária aos
princípios da declaração conjunta emitida durante a visita
do presidente Barack Obama à
China, em novembro do ano
passado", disse o porta-voz do
Ministério da Defesa chinês
Huang Xueping.
Taiwan é um dos temas mais
delicados nas relações entre
EUA e China. Pequim reivindica o controle sobre a ilha, que
considera uma "Província rebelde". Ocupada pelos nacionalistas do Kuomintang em 1949,
Taiwan fica a 130 km da costa
chinesa. Apesar de os EUA terem rompido relações diplomáticas com Taiwan em 1979
para estabelecê-los com a China, Washington manteve pacto
com Taipé, comprometendo-se
a reforçar as defesas da ilha. Os
EUA são o principal aliado do
governo taiwanês e maior fornecedor de armas ao país.
Embora as relações econômicas e de transporte entre
China e Taiwan tenham sido
normalizadas desde que o presidente taiwanês Ma Ying-jeou
tomou posse em maio de 2008,
Pequim ameaça invadir a ilha
caso esta formalize de fato a sua
independência. O governo de
Taiwan considera necessária a
manutenção de um sistema de
defesa diante das divergências
políticas com a China. "A venda
contribui para que Taiwan se
sinta mais segura e confiante
nas suas relações com a China",
disse o presidente taiwanês.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Argentina: Casa Rosada ignora renúncia de Redrado e mantém ataque Próximo Texto: Diálogo sobre base testa relação EUA-Japão Índice
|