São Paulo, domingo, 31 de janeiro de 2010

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Paradoxo asiático embasa presença americana

DA SUCURSAL DO RIO

O pano de fundo da disputa sobre as bases americanas em Okinawa é o que se poderia chamar de paradoxo asiático: cada vez mais integrados na economia, os países da região mantêm rivalidades que bloqueiam medidas de confiança na área de segurança.
A contradição é notável no caso do Japão. Na última década, a China tornou-se a primeira parceira comercial do país, substituindo os EUA. Mas os americanos não se cansam de lembrar que os japoneses dependem da sua proteção diante da modernização das Forças Armadas chinesas e de uma Coreia do Norte nuclear.
"O Japão tem poucas opções para aliados confiáveis na Ásia, devido a seu fracasso em resolver as disputas pendentes da 2ª Guerra Mundial", diz Josh Rogin, da revista "Foreign Policy".
Para Rogin, o relacionamento "terrível" com os vizinhos levou o Japão a subordinar sua política externa à dos EUA. "O desempenho do país em organizações internacionais empalidece quando comparado à sua posição econômica."
Apesar disso, os EUA se preocupam com o que veem como crescente autonomia da integração asiática. O Asean + 3 -grupo que une China, Japão e Coreia do Sul aos dez países da Associação das Nações do Sudeste Asiático- tem se mostrado mais efetivo do que a Apec (Cooperação Ásia-Pacífico), que inclui os EUA.
A busca por soluções regionais para problemas econômicos se acentuou depois da crise financeira do final dos anos 90.
Na área de defesa, porém, não há avanços. O Fórum Regional da Asean, reunião anual sobre segurança e "diplomacia preventiva", não debate conflitos mais candentes, como as disputas China-Taiwan, Índia-Paquistão e o programa nuclear norte-coreano. (CA)


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