São Paulo, domingo, 31 de março de 2002

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Austrália usou atentados para justificar nova lei

DA REDAÇÃO

No que se refere a políticas de imigração e de admissão de refugiados, o impacto do 11 de setembro foi relativamente importante na Austrália.
"Os efeitos dos ataques terroristas nas políticas australianas de imigração e de refugiados não foi direto. Afinal, as leis já se tinham tornado mais estritas no final de agosto do ano passado", explicou à Folha James Jupp, diretor do Centro para Imigração e para Estudos Multiculturais da Universidade Nacional da Austrália.
"A interceptação do navio Tampa, que transportava refugiados afegãos, causou enormes mudanças nas políticas de imigração. Em seguida, os atentados nos EUA serviram para justificar parcialmente a tomada de medidas restritivas", disse. "Nas principais medidas está incluída a criação de um novo visto temporário, que não permite que os imigrantes ilegais ou aqueles que demandam asilo político consigam autorização de residência e possibilita o envio deles a Nauru ou a Papua-Nova Guiné."
"Um refugiado que se enquadra nas definições estabelecidas pela ONU ou nas leis humanitárias australianas tem amplos direitos no país. Porém os que não se inserem nessas definições nunca terão direito à cidadania australiana ou à assistência social", disse Jupp.
No Japão, os estrangeiros bem-vindos são os trabalhadores qualificados. "As políticas de imigração japonesas respeitam uma lógica básica: prover o mercado de trabalho do que lhe falta", afirmou Jean-Christophe Dumont, especialista em imigração na Ásia da Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômicos.
Para Dumont, o efeito visível dos ataques de 11 de setembro na situação dos estrangeiros diz respeito à "intensificação da colaboração policial dos países, visando a ajudar na "guerra ao terrorismo'". (MSM)


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