DA REDAÇÃO

Em sua primeira ação desde o início da guerra no Iraque, ocorrido no último dia 20, o grupo terrorista palestino Jihad Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo atentado suicida feito ontem na cidade israelense de Netanya, chamando-o de "um presente para o Iraque". Segundo o jornal israelense Haaretz, 58 pessoas ficaram feridas, duas com gravidade. Agências internacionais de notícias no local contabilizavam 30.
O Jihad Islâmico também prometeu cometer atentados suicidas semelhantes contra soldados da coalizão anglo-americana, que está no Iraque para depor o ditador Saddam Hussein.
"Dissemos a todos os filhos do Jihad [Islâmico" que quem puder ir ao Iraque e se explodir durante a invasão americana contribuirá para o ápice da guerra santa e do martírio", declarou Ramadan Abdullah Shallah, líder do grupo, em uma entrevista à rede de notícias qatariana Al Jazeera.
O governo iraquiano acredita que mais de 4.000 voluntários de diversos países árabes tenham se unido às forças iraquianas nos últimos dias.
"Esta operação heróica é uma resposta aos crimes do inimigo contra nosso povo, um presente para nossos guerreiros sagrados no Iraque, que reafirma a coesão, da Palestina a Bagdá, da batalha contra a invasão sionista-americana que visa todo país árabe e islâmico. [..." Nossa guerra sagrada continua, e mais mártires virão, se Deus quiser", disse o Jihad em comunicado divulgado ontem.
No sábado, um soldado iraquiano que dirigia um táxi matou quatro soldados americanos em um atentado suicida na cidade iraquiana de Najaf.

Dia da Terra
A segurança nas ruas em Israel havia sido intensificada ontem por causa do Dia da Terra, quando árabes israelenses tradicionalmente protestam contra o confisco de suas terras. Mas o reforço não impediu o primeiro atentado suicida contra israelenses desde 5 de março, quando 18 pessoas morreram em Haifa.
O palestino Rami Ghanem, 20, detonou cerca de três quilos de explosivos presos a seu corpo perto de um grupo de soldados israelenses que aguardava uma mesa em um café lotado dentro de um shopping em Netanya, norte de Israel, durante o horário do almoço, informou a polícia local.
Segundo hospitais da região, pelo menos 30 pessoas foram atendidas em decorrência do atentado, incluindo dez soldados.
Saddam oferece dinheiro às famílias de palestinos que morrem em combate contra Israel.
Durante a noite, soldados israelenses mataram dois palestinos que se dirigiam para uma cidade israelense após deixarem a faixa de Gaza. Segundo o Exército israelense, os dois estariam armados com rifles e granadas.
Mais cedo, outro palestino fora morto por uma patrulha israelense ao sair do perímetro permitido para sua circulação em Gaza.