|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ataque a cadetes mata 8 no Paquistão
Terroristas tomam academia de polícia em Lahore; cerco de oito horas deixa pelo menos 80 feridos
Taleban é principal suspeito; para investigadores, ação foi planejada na fronteira, bastião da Al Qaeda e do grupo fundamentalista
DA REDAÇÃO
Homens armados atacaram
ontem uma academia de polícia
de Lahore, a segunda maior cidade do Paquistão, matando
pelo menos oito pessoas e ferindo mais de 80 antes de serem dominados pelo esquadrão
antiterrorismo, após cerco de
oito horas ao prédio. O Taleban
é o principal suspeito pelo
atentado.
Três terroristas morreram e
quatros suspeitos foram presos, um deles afegão. Os feridos
passarão por triagem para
identificar criminosos.
O segundo ataque em menos
de um mês na capital do Punjab, a mais rica Província paquistanesa, expõe a fragilidade
do país, estratégico para estabilizar o vizinho Afeganistão. O
time de críquete do Sri Lanka
foi alvejado por terroristas o no
último dia 3 em Lahore.
O ministro do Interior paquistanês, Rehman Malik, afirmou que há fortes indícios do
envolvimento de radicais ligados a Baitullah Mehsud, principal líder do Taleban no país. As
suspeitas recaem também, segundo Malik, sobre o Lashkar-e-Jhangvi, grupo paquistanês
ligado à Al Qaeda.
Um suposto membro do Taleban atribuiu o ataque a Fedayeen al Islam (guerreiros do Islã), do qual se declarou porta-voz em telefonema à Associated Press. O nome é usado por
vários grupos insurgentes e se
refere, genericamente, a combatentes islâmicos.
Armados com pistolas e metralhadoras, jovens barbados
tomaram a academia de manhã, quando os cadetes faziam
exercícios de rotina no pátio.
Cerca de 780 alunos e cem funcionários estavam no prédio,
na grande Lahore, a 3 km da
fronteira indiana.
Os terroristas explodiram
granadas, provocando pânico, e
dominaram o prédio após alguns minutos. Entrincheirados
em um andar do edifício principal, mantiveram cerca de 20 reféns. "As oito horas foram como oito séculos", contou Mohammad Salman, 23, um dos
reféns. "Foi como se eu morresse várias vezes".
Alguns terroristas tinham
sotaque do Punjab, segundo o
cadete Tajamal Hussein, 20.
O cerco durou das 7h30 até
por volta das 15h30, quando
veículos blindados invadiram o
complexo. A liberação dos reféns foi comemorada com salva
de tiros e grito de honra à polícia de Punjab e a Deus.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Sul da África: Medidas isolam novo líder de Madagáscar Próximo Texto: Casa Branca deixa de usar termo "guerra ao terror" Índice
|