São Paulo, terça-feira, 31 de março de 2009

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Ataque a cadetes mata 8 no Paquistão

Terroristas tomam academia de polícia em Lahore; cerco de oito horas deixa pelo menos 80 feridos

Taleban é principal suspeito; para investigadores, ação foi planejada na fronteira, bastião da Al Qaeda e do grupo fundamentalista

DA REDAÇÃO

Homens armados atacaram ontem uma academia de polícia de Lahore, a segunda maior cidade do Paquistão, matando pelo menos oito pessoas e ferindo mais de 80 antes de serem dominados pelo esquadrão antiterrorismo, após cerco de oito horas ao prédio. O Taleban é o principal suspeito pelo atentado.
Três terroristas morreram e quatros suspeitos foram presos, um deles afegão. Os feridos passarão por triagem para identificar criminosos.
O segundo ataque em menos de um mês na capital do Punjab, a mais rica Província paquistanesa, expõe a fragilidade do país, estratégico para estabilizar o vizinho Afeganistão. O time de críquete do Sri Lanka foi alvejado por terroristas o no último dia 3 em Lahore.
O ministro do Interior paquistanês, Rehman Malik, afirmou que há fortes indícios do envolvimento de radicais ligados a Baitullah Mehsud, principal líder do Taleban no país. As suspeitas recaem também, segundo Malik, sobre o Lashkar-e-Jhangvi, grupo paquistanês ligado à Al Qaeda.
Um suposto membro do Taleban atribuiu o ataque a Fedayeen al Islam (guerreiros do Islã), do qual se declarou porta-voz em telefonema à Associated Press. O nome é usado por vários grupos insurgentes e se refere, genericamente, a combatentes islâmicos.
Armados com pistolas e metralhadoras, jovens barbados tomaram a academia de manhã, quando os cadetes faziam exercícios de rotina no pátio. Cerca de 780 alunos e cem funcionários estavam no prédio, na grande Lahore, a 3 km da fronteira indiana.
Os terroristas explodiram granadas, provocando pânico, e dominaram o prédio após alguns minutos. Entrincheirados em um andar do edifício principal, mantiveram cerca de 20 reféns. "As oito horas foram como oito séculos", contou Mohammad Salman, 23, um dos reféns. "Foi como se eu morresse várias vezes".
Alguns terroristas tinham sotaque do Punjab, segundo o cadete Tajamal Hussein, 20.
O cerco durou das 7h30 até por volta das 15h30, quando veículos blindados invadiram o complexo. A liberação dos reféns foi comemorada com salva de tiros e grito de honra à polícia de Punjab e a Deus.


Com agências internacionais

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