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Brasil amplia esforço por indústria e cooperação militar
Visando promover sua estratégia, país convida delegados da Junta Interamericana de Defesa para visitar instalações e fábricas do setor
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Dentro do esforço brasileiro
em promover sua indústria de
defesa e a cooperação militar
entre os países do hemisfério
-dois pontos importantes da
nova Estratégia Nacional de
Defesa-, delegados da Junta
Interamericana de Defesa
(JID) terminaram na última
sexta uma visita a instalações
militares e empresas bélicas na
Amazônia e em São Paulo.
A junta é o órgão de assessoramento técnico em temas militares da Organização dos Estados Americanos -27 dos 34
membros da OEA têm assento
na JID, também responsável
pelo Colégio Interamericano
de Defesa.
A ofensiva diplomática brasileira na área se reflete no fato
de todos os presidentes do órgão desde 2006, quando ele foi
incorporado pela OEA, serem
oficiais generais brasileiros. O
atual presidente é o vice-almirante Elis Treidler Öberg; o
próximo, que tomará posse em
1º de julho, é o brigadeiro-do-ar
Átila Maia da Rocha, atual chefe da delegação do Brasil na
JID. Até 2006, o posto cabia a
militares americanos.
"Houve um consenso de que
o país que teria peso para conduzir a junta no processo de
transição era o Brasil", diz
Öberg. "A junta está agora com
uma perspectiva mais internacional", diz o seu diretor-geral,
brigadeiro Ancil Antoine, de
Trininad e Tobago. A mudança
do órgão para a OEA "foi uma
evolução lógica", diz a contra-almirante americana Moira
Flanders, diretora do CID.
"Os objetivos da visita são
dar a possibilidade que os integrante da junta visitem a região
amazônica e constatem que a
administração do Brasil é de alta qualidade, e divulgar nossa
indústria de defesa", declarou o
brigadeiro Átila.
Complementares
No começo do mês foi criado
em Santiago o Conselho de Defesa Sul-Americano (CDS),
reunindo os ministros da defesa de 12 países, com o objetivo
também de coordenar as ações
militares no continente. Para o
almirante Öberg, o novo conselho e a velha junta são complementares: "o Conselho de Defesa é regional, a junta tem
abrangência hemisférica".
Os delegados da JID visitaram na semana passada instalações das três forças armadas
em Manaus, com destaque para
o Sivam (Sistema de Vigilância
da Amazônia), o braço de coleta
de dados do Sipam (Sistema de
Proteção da Amazônia).
Em seguida, na capital paulista, eles visitaram a empresa
Atech Tecnologias Críticas, que
foi a integradora do hardware e
softwares do Sivam, além de especializada em gerenciamento
de tráfego aéreo. A Atech recentemente assinou um contrato para o fornecer os serviços de integração de cinco radares de vigilância para o governo venezuelano, seu terceiro contrato do gênero.
A visita incluiu também, em
São José dos Campos (SP), conhecer a sede do CTA (Centro
Técnico Aeroespacial) e da Embraer, empresa que tem aumentado suas vendas na área
de defesa à região. É o caso da
venda de aviões de ataque leve e
treinamento Super Tucano para as forças aéreas da Colômbia,
Chile, Equador e República Dominicana, e da venda de aviões
de vigilância para o México.
Entre as principais atividades da junta está a inspeção dos
trabalhos de desminagem no
hemisfério. Há três missões hoje: Nicarágua, fronteira Peru-Equador, e Colômbia. O Brasil
chefia as duas primeiras.
Outra área em que a junta
pretende atuar com mais intensidade é a cooperação mútua em casos de desastres naturais e missões humanitárias.
Hoje essas ações são em geral
bilaterais, e a ideia é que exista
maior coordenação regional.
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