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Militar sequestrado no mesmo dia segue em cativeiro
DA REDAÇÃO
O sargento Pablo Emilio
Moncayo foi sequestrado durante ofensiva de 300 guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) contra um centro de comunicações do Exército, no morro
Patascoy, região de fronteira
com o Equador.
Os militares acordaram ao
som de bombas e rajadas de
metralhadoras. Eram 2h da
madrugada de 21 de dezembro
de 1997. O ataque deixou dez
soldados mortos -16 foram sequestrados e três fugiram.
Passados 12 anos e três meses do atentado, Moncayo e o
cabo Libio José Martínez Estrada, hoje com 33 anos, eram
os únicos sequestrados no ataque ainda em poder da guerrilha. Os outros 14 foram liberados em 2001, junto a 226 militares e policiais, em uma troca
por 14 rebeldes presos.
Mais velho e único homem
entre os cinco filhos da família,
Moncayo deixou Sandoná, sua
cidade natal de 25 mil habitantes, aos 17 anos, para começar o
curso de suboficial na base de
Tolemaida. Um ano depois já
era cabo -a promoção a sargento chegou no cativeiro- e
deixara para trás o sonho de estudar engenharia eletrônica
em Bogotá. Ao ser sequestrado,
estava há 18 meses no Exército.
O pai do militar, o professor
de geografia Gustavo Moncayo,
ganhou fama com caminhadas
para pedir a liberação do filho.
Com correntes atadas às mãos
e críticas à suposta intransigência do governo Álvaro Uribe nas
negociações, ficou conhecido
como "caminhante pela paz".
Durante o sequestro, a família recebeu várias provas de que
o filho estava vivo. Em uma delas, ele pedia que a namorada
não o esperasse. Hoje ela está
casada e tem dois filhos. Moncayo também não conhecia a irmã mais nova, de quatro anos.
Situação semelhante vive o
cabo Martínez, sequestrado
com Moncayo e que permanece em cativeiro sem previsão de
liberação. Levado quando a namorada estava grávida de seis
meses, ele não conhece o filho,
Johan Martínez, de 12 anos.
A despeito do anúncio da
guerrilha de que não fará mais
liberações unilaterais, Johan
fez um apelo ontem às Farc.
"Não parem as entregas. Quero
conhecer meu papai."
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