São Paulo, quarta-feira, 31 de março de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Militar sequestrado no mesmo dia segue em cativeiro

DA REDAÇÃO

O sargento Pablo Emilio Moncayo foi sequestrado durante ofensiva de 300 guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) contra um centro de comunicações do Exército, no morro Patascoy, região de fronteira com o Equador.
Os militares acordaram ao som de bombas e rajadas de metralhadoras. Eram 2h da madrugada de 21 de dezembro de 1997. O ataque deixou dez soldados mortos -16 foram sequestrados e três fugiram.
Passados 12 anos e três meses do atentado, Moncayo e o cabo Libio José Martínez Estrada, hoje com 33 anos, eram os únicos sequestrados no ataque ainda em poder da guerrilha. Os outros 14 foram liberados em 2001, junto a 226 militares e policiais, em uma troca por 14 rebeldes presos.
Mais velho e único homem entre os cinco filhos da família, Moncayo deixou Sandoná, sua cidade natal de 25 mil habitantes, aos 17 anos, para começar o curso de suboficial na base de Tolemaida. Um ano depois já era cabo -a promoção a sargento chegou no cativeiro- e deixara para trás o sonho de estudar engenharia eletrônica em Bogotá. Ao ser sequestrado, estava há 18 meses no Exército.
O pai do militar, o professor de geografia Gustavo Moncayo, ganhou fama com caminhadas para pedir a liberação do filho. Com correntes atadas às mãos e críticas à suposta intransigência do governo Álvaro Uribe nas negociações, ficou conhecido como "caminhante pela paz".
Durante o sequestro, a família recebeu várias provas de que o filho estava vivo. Em uma delas, ele pedia que a namorada não o esperasse. Hoje ela está casada e tem dois filhos. Moncayo também não conhecia a irmã mais nova, de quatro anos.
Situação semelhante vive o cabo Martínez, sequestrado com Moncayo e que permanece em cativeiro sem previsão de liberação. Levado quando a namorada estava grávida de seis meses, ele não conhece o filho, Johan Martínez, de 12 anos.
A despeito do anúncio da guerrilha de que não fará mais liberações unilaterais, Johan fez um apelo ontem às Farc. "Não parem as entregas. Quero conhecer meu papai."


Texto Anterior: Farc libertam o seu refém mais antigo
Próximo Texto: Irã executou 112 em oito semanas após eleições, diz Anistia
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.