São Paulo, sábado, 31 de maio de 2003 |
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ORIENTE MÉDIO Apoio é de 57%, segundo pesquisa; plano de paz prevê Estado até 2005 Israelenses apóiam Estado palestino
DA REDAÇÃO A maioria dos israelenses apóia a criação de um Estado palestino, o congelamento das construções de colônias judaicas nos territórios ocupados e a retirada militar da Cisjordânia e da faixa de Gaza, segundo uma pesquisa publicada ontem pelo jornal "Maariv". Segundo o levantamento, 59% dos israelenses apóiam o congelamento das colônias, enquanto 57% se dizem a favor do estabelecimento de um Estado palestino temporário. Essas são as principais medidas previstas na primeira e na segunda fase do chamado "roteiro para a paz", plano apresentado por EUA, União Européia, Rússia e ONU. O plano foi discutido anteontem à noite pelos premiês israelense, Ariel Sharon, e palestino, Abu Mazen. Foi o segundo encontro entre eles em duas semanas. Após a reunião, em Jerusalém, Sharon anunciou uma série de gestos para atrair a simpatia dos palestinos, incluindo a possibilidade de libertação de presos e de retirada do Exército dos centros das cidades palestinas. A retirada militar tem o apoio de 62% dos israelenses, segundo a pesquisa do "Maariv". O "roteiro para a paz" requer ainda declarações de ambos os lados reconhecendo os direitos do outro a um Estado e a segurança. O plano, que prevê o estabelecimento de um Estado palestino até 2005, tem como principal requisito prévio a suspensão do terrorismo. Durante o encontro de anteontem, Mazen teria dito a Sharon que um planejado cessar-fogo seria o primeiro passo para controlar a violência. Em seguida, se Israel se retirar das áreas palestinas, a Autoridade Nacional Palestina começaria a recolher armamentos ilegais e a forçar os grupos terroristas a se integrar no sistema político. Israel e EUA exigem o desmantelamento da "infra-estrutura do terror" e acham um cessar-fogo insuficiente. Uma comissão de funcionários israelenses e palestinos se encontraria ontem e hoje para finalizar os acordos para uma declaração conjunta de reconhecimento, segundo o chanceler palestino, Nabil Shaath. "Acho que o rascunho deve estar pronto antes da reunião de Ácaba", disse ele, em referência à cúpula prevista para a quarta-feira, na Jordânia, reunindo Sharon, Mazen e o presidente dos EUA, George W. Bush. O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, disse ontem que uma equipe de especialistas americanos está sendo formada para monitorar a implementação do plano de paz. "Isso nos dará uma presença 24 horas por dia, 7 dias por semana, para ajudar os dois lados", disse Powell. A fiscalização americana foi um dos pedidos de Israel, que não desejava ver na função os países europeus, cuja posição é mais crítica em relação ao país. A embaixada americana em Israel também sugeriu ontem aos seus cidadãos que evitem viajar a Israel e aos territórios ocupados da Cisjordânia e da faixa de Gaza, afirmando ter recebido "informações críveis" de planos para sequestrar americanos na faixa de Gaza. Os grupos terroristas palestinos Hamas e Jihad Islâmico estão baseados em Gaza e já reivindicaram a autoria de atentados que mataram mais de 350 pessoas nos últimos 32 meses. Nenhum desses ataques, porém, foi dirigido especificamente a alvos americanos. Com agências internacionais Texto Anterior: Visitas revelam novo perfil da Polônia Próximo Texto: Panorâmica - África: ONU aprova envio de força de paz ao Congo após assassinatos e canibalismo Índice |
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