|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
[+] memória
Invasão deu tom radical ao movimento
DA REDAÇÃO
No dia 4 de novembro
de 1979, estudantes iranianos invadiram a Embaixada dos Estados Unidos em
Teerã e fizeram 52 reféns,
exigindo que o xá Reza Pahlevi, que estava nos EUA,
fosse extraditado para ser
julgado no Irã. Pahlevi era
um antigo aliado dos Estados Unidos que, em 1953,
haviam apoiado o golpe
que derrubou o premiê nacionalista iraniano Mohammad Mossadegh.
A ação teria efeitos desastrosos para os EUA.
Perseguido e reprimido
pelo regime pró-Ocidente
do xá (1953-1979), o nacionalismo iraniano acabou
refugiando-se nas mesquitas, transformando os clérigos nos líderes da revolução da qual a invasão da
embaixada foi o cartão de
visitas mais estrondoso.
A crise dos reféns dominou os 14 meses restantes
do governo Jimmy Carter
(1977-1981) e marcou o
rompimento diplomático
entre Teerã e Washington.
Em 20 de janeiro de 1981,
20 minutos após o discurso de posse de Ronald Reagan, os reféns foram libertados. Haviam ficado 444
dias detidos.
A invasão da Embaixada
foi o ápice da escalada de
nacionalismo deflagrada
nove meses antes, quando
a Revolução Islâmica derrubou o xá e colocou o aiatolá Khomeini no poder. O
fracasso de duas missões
americanas de resgate dos
reféns, em 1980, aumentou o ressentimento contra os EUA, que na retórica
fundamentalista do aiatolá Khomeini eram chamados de "grande satã".
Um dos sete filhos de
uma família de classe média de Garmsar, sudeste de
Teerã, o atual presidente
iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, se uniu à facção ultraconservadora do
Escritório pelo Fortalecimento da União, o grupo
radical estudantil que invadiu a Embaixada. Ele teria, segundo relatos da
época, comparecido às
reuniões de planejamento
da invasão. Quando tomou
posse, surgiram rumores
de que teria participado da
invasão, mas ele os negou.
Texto Anterior: Entrevista/Massoumeh Ebtekar: "EUA não digeriram a Revolução Islâmica" Próximo Texto: Frase Índice
|