São Paulo, Segunda-feira, 31 de Maio de 1999
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ÁFRICA DO SUL
CNA, do candidato Thabo Mbeki, deve vencer com 65% dos votos; homem é baleado na Cidade do Cabo
Mandela reúne 80 mil em comício final

das agências internacionais

O presidente Nelson Mandela, da África do Sul, encerrou ontem a campanha eleitoral do Congresso Nacional Africano (CNA) em comício que reuniu 80 mil simpatizantes, em estádio de Soweto, subúrbio de Johannesburgo.
Na próxima quarta-feira, dia 2, será realizada a segunda eleição geral do país, após o fim do apartheid (regime segregacionista).
Mandela, 80, e o candidato à presidência do CNA, o vice-presidente Thabo Mbeki, 56, encerraram a campanha de forma otimista.
"Para derrubar 350 anos de opressão são necessários bem mais do que cinco anos", declarou Mandela, que vai deixar a presidência no próximo dia 16.
Segundo as últimas pesquisas, Mbeki deve ficar com cerca de 65% dos votos -nas eleições de 1994, as primeiras democráticas e multirraciais da África do Sul, o CNA obteve 62,6%.
O Novo Partido Nacional (NPN), cujo antecessor implementou o regime de apartheid, tem cerca de 6% das intenções de voto e representa os interesses dos brancos.
À frente do NPN, com aproximadamente 7% dos votos, vem o Partido Democrático, representante dos brancos que eram contrários ao apartheid.
Com o resultado praticamente definido, o líder do Partido Democrático, Tony Leon, prepara seu grupo político para ser a principal força da oposição.
"Seremos o mais efetivo partido de oposição. A luta voltará", declarou Leon, em comício feito ontem, em Johannesburgo, para cerca de 4.000 simpatizantes.

Violência
A violência, embora em escala bem inferior à verificada em 1994, quando cerca de 2.000 pessoas morreram, ainda é uma constante nos dias que antecedem a eleição.
Ontem, um homem foi baleado na cabeça e uma mulher ficou gravemente ferida na Cidade do Cabo. Segundo a polícia, o incidente ocorreu porque partidários do CNA tentaram impedir um comício do Partido Democrático, causando o confronto.


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