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IRAQUE SOB TUTELA
Secretário de Estado vai a Bagdá e diz que apoio popular ao governo interino aumentará com a reconstrução
Em visita-surpresa, Powell promete acelerar ajuda
DA REDAÇÃO
Em visita-surpresa feita ontem
a Bagdá, o secretário de Estado
americano, Colin Powell, disse
que os EUA irão acelerar a ajuda
econômica para a reconstrução
do Iraque. Segundo o chefe da diplomacia americana, o apoio interno ao governo interino aumentará se forem ampliados os esforços para a recuperação do país.
"Queremos reconstruir a infra-estrutura. Queremos criar empregos. Queremos mostrar ao povo
iraquiano que esse dinheiro está
sendo usado em seu benefício, e
da maneira mais rápida que conseguimos", afirmou o secretário.
"Reconstrução e segurança são
dois lados da mesma moeda. Melhorar a economia e restaurar serviços vitais, como água e energia,
contribuem para um sentimento
de segurança e para um ambiente
tranqüilo."
Powell não mencionou números, mas o vice-premiê iraquiano,
Barham Saleh, disse que, até dezembro, os Estados Unidos encaminharão US$ 9 bilhões.
Burocracia e disputas
Parlamentares americanos têm
feito várias críticas à maneira vagarosa com que as autoridades da
reconstrução estão gastando os
mais de US$ 18 bilhões em ajuda
aprovados no ano passado pelo
Congresso. Até hoje, apenas US$
458 milhões teriam sido efetivamente usados. A lentidão se deve
em parte à burocracia do governo
americano no processo de contratação de empresas para as obras.
A reconstrução também foi prejudicada por uma disputa entre os
departamentos da Defesa e de Estado pelo controle do processo.
Powell perdeu a queda-de-braço com o secretário da Defesa,
Donald Rumsfeld, e o Pentágono
ficou com a administração da
maior parte das verbas -apesar
do desgaste provocado pelas dificuldades encontradas no combate à insurgência.
Além do atraso nos investimentos, também começam a aparecer
indícios de que parte do pouco
que foi gasto pode ter sido mal
empregada. Uma auditoria divulgada em Washington na quarta-feira apontou, entre outras coisas,
que a extinta Autoridade Provisória da Coalizão não tem registros
para justificar os US$ 24,7 milhões usados para fazer a troca da
moeda iraquiana e que pagou
US$ 200 mil por 15 caminhões
que não sabe se foram entregues.
Powell, a mais alta autoridade
do governo americano a visitar o
Iraque desde a devolução da "soberania" em 28 de junho, aproveitou a viagem para lançar uma advertência ao Irã.
"Consideramos desfavoráveis
quaisquer ações que o Irã realize
para ganhar influência sobre o
Iraque. Esperamos que as autoridades iranianas se dêem conta de
que é de seu interesse ter como vizinho um Iraque estável", disse.
Os EUA acreditam que o país tenha infiltrado agentes no Iraque e
que dê apoio a terroristas. O atual
giro do secretário de Estado incluiu passagens por Kuait, Egito e
Arábia Saudita e ainda o levará até
Bósnia e Polônia.
Em Fallujah (oeste), ponto mais
forte da insurgência, combates na
madrugada de ontem resultaram
na morte de 13 iraquianos. O choque começou com ataque de rebeldes a uma patrulha conjunta
de marines e soldados iraquianos
com tiros, morteiros e granadas-foguetes. Os militares responderam e tiveram o auxílio de tanques e bombardeio aéreo.
Otan
Em Bruxelas (Bélgica), um funcionário da Otan, falando sob a
condição de anonimato, disse que
representantes dos países que integram a aliança militar ocidental
finalmente chegaram a um acordo sobre o treinamento das forças
iraquianas.
De acordo com a fonte, depois
de três dias de reuniões, os 26 embaixadores na Otan definiram
que uma missão exploratória será
enviada ao Iraque no dia 6 de
agosto. A França teria retirado
suas objeções à presença de tropas da Otan no Iraque.
Com agências internacionais
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