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Em primeira visita a Bush, Brown reafirma aliança, mas põe limites
Premiê britânico quer demonstrar mais autonomia que Blair em relação a EUA
DA REPORTAGEM LOCAL
A primeira visita do primeiro-ministro britânico, Gordon
Brown, ao presidente americano, George W. Bush, teve declarações para reafirmar unidade
e cooperação quanto à Guerra
do Iraque e pequenos gestos
para demonstrar que Brown
não será um aliado tão incondicional de Bush como foi seu antecessor, Tony Blair.
"Todo mundo quer saber se o
premiê e eu conseguimos achar
pontos em comum, se nos demos bem, se tivemos uma conversa significativa, e a resposta
é sim, totalmente", disse Bush
em Camp David, o refúgio campestre dos presidentes americanos, onde hospedou Brown.
Desde que o britânico tomou
posse, no final de junho, há dúvidas nos dois lados do Atlântico de como Brown fará para se
mostrar mais independente de
Bush a fim de agradar o eleitorado de seu país (onde o americano é muito impopular) e, ao
mesmo tempo, manter a relação profunda entre o Reino
Unido e os Estados Unidos, "a
relação bilateral mais importante do país", segundo o próprio Brown.
"Estamos na mesma luta",
disse Brown, após o encontro
com Bush em Camp David. "Sabemos que temos de trabalhar
juntos, usando todos os meios."
Os dois líderes também disseram que pretendem retomar
e fortalecer a paralisada discussão comercial da Rodada Doha,
trabalhar juntos em um plano
de paz para o Oriente Médio e
conseguir uma solução para a
crise em Darfur, no Sudão.
Estrategicamente, essa pauta
variada serviu para que os dois
falassem o menos possível sobre o caos no Iraque.
O premiê destacou sua intenção de começar a retirar, no fim
do ano, os 5.500 soldados britânicos que ainda estão no Iraque
-a maioria na região de Basra,
no sul do país.
Disse que comunicará primeiro ao Parlamento, o que só
deve acontecer após o fim do
recesso deste, em outubro. Até
lá, o comandante americano no
Iraque, general David Petraeus,
terá apresentado seu relatório
sobre os progressos no Iraque,
o que facilitará a desculpa para
o início da retirada britânica.
No roteiro de amabilidades,
Bush não criticou a decisão do
aliado: "Não tenho dúvidas de
que Gordon Brown entende
que um fracasso no Iraque seria um desastre para a segurança de nossos próprios países".
Ambigüidades
Brown já criou algumas ambigüidades que não existiam na
relação de confiança profunda
e até intimidade que havia entre Bush e Blair.
Os assessores de Brown pediram que houvesse poucas fotos
arranjadas entre os dois líderes
- algo que Blair e Bush adoravam fazer para demonstrar seu
companheirismo e intimidade.
Com terno e gravata, Brown
quis dar aos encontros o ar de
trabalho, não de prazer, e falar
mais sobre comércio internacional e a crise em Darfur, no
Sudão, do que passear com
Bush pelos jardins de Camp
David. O britânico também nomeou um crítico duro das políticas de Bush, lorde Malloch-Brown, ex-subsecretário-geral
da ONU, como secretário para
África, Ásia e instituições globais na chancelaria britânica.
Brown quis mostrar que sua
relação com os EUA vai além do
atual presidente, que só fica até
dezembro de 2008 no cargo.
Após almoçar hambúrguer
com Bush, ele foi ao Capitólio e
se encontrou com lideranças da
oposição democrata na Câmara
e no Senado.
Com agências internacionais
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