São Paulo, sexta-feira, 31 de julho de 2009

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Observador brasileiro relata repressão à marcha pró-Zelaya

DA REDAÇÃO

Apoiadores do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, e forças de segurança do país voltaram a se enfrentar ontem durante um bloqueio a uma rodovia realizado por manifestantes no norte de Tegucigalpa. A repressão violenta foi presenciada pelo brasileiro João Batista Gomes, representante da CUT (Central Única dos Trabalhadores) em uma missão internacional de direitos humanos, que conversou com a Folha por telefone. Leia, a seguir, os principais trechos:

 

FOLHA - Como foi a repressão aos manifestantes?
JOÃO BATISTA GOMES
- Cheguei ao local do bloqueio quando a polícia e o Exército dispersava todo mundo. No caminho, pelas montanhas, já fui encontrando pessoas chorando, com o braço quebrado, com muitas marcas de agressão. Ao chegar, vi muitas frentes de conflito. O Exército atirava com balas de borracha de um helicóptero, e a polícia usava gás lacrimogêneo e batia com cassetetes. A informação que temos é que há muitos presos e duas pessoas baleadas entre a vida e a morte.

FOLHA - Foi o dia mais violento que você presenciou?
GOMES
- Estou aqui desde terça-feira e havia participado da marcha ontem [quarta], mas não houve violência. Acho que hoje [ontem] foi mais forte por causa da paralisação nacional, do setor de saúde e educação, e porque mobilizou mais gente, aí veio a repressão.

FOLHA - O que você está fazendo em Honduras?
GOMES
- Represento a CUT em uma missão internacional de direitos humanos, que foi montada por ONGs e entidades sindicais para observar o que acontece no país. Há outros seis integrantes, de países latino-americanos e europeus.

FOLHA - Como é o trabalho da comissão?
GOMES
- Estamos conversando com as pessoas da Frente de Resistência ao Golpe, com movimentos sindicais e participando das atividades, como as marchas. Também nos reunimos com deputados da oposição, que condenam o golpe.


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