LARISSA GUIMARÃES
DE BRASÍLIA
FÁBIO AMATO
ENVIADO A VILLA REYES (PARAGUAI)

O presidente Lula preferiu conversar primeiro com o presidente eleito colombiano, Juan Manuel Santos, que tomará posse no próximo dia 7, a com o atual mandatário do país, Álvaro Uribe, em meio à crise entre a Colômbia e a Venezuela.
Os dois países romperam relações diplomáticas após Bogotá levar à OEA (Organização dos Estados Americanos) uma denúncia acusando a Venezuela de abrigar guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em seu território. Porém Santos já havia sinalizado interesse em se acertar com o vizinho.
Durante visita ao Paraguai, Lula voltou a dizer que a ação das Farc é um problema exclusivo da Colômbia e ignorou as provas apresentadas contra a Venezuela.
"O problema da Colômbia com as Farc é um problema da Colômbia com as Farc", disse Lula. Sobre as provas, não diria se são contundentes ou não "porque não vi e porque não foram sequer [apresentadas] numa reunião oficial da OEA".
A conversa entre Lula e Santos durou cerca de 30 minutos e ajudou no "desanuviamento de tensões", segundo o porta-voz do presidente brasileiro, Marcelo Baumbach. O brasileiro convidou o colega colombiano para vir ao Brasil, e Santos afirmou que fará a visita assim que for possível.
Lula tentou encerrar a polêmica com relação a Uribe. Anteontem, o presidente colombiano afirmou "deplorar" as declarações do colega brasileiro de que os problemas entre Bogotá e Caracas se deviam a diferenças "pessoais" de Uribe com o venezuelano Hugo Chávez.
"Sou amigo do Uribe, tive com ele uma relação de oito anos extraordinária", disse.
Lula garantiu presença no jantar de despedida de Uribe, no dia 6 de agosto.


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