São Paulo, sábado, 31 de julho de 2010

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Painel da ONU critica violações na Colômbia

Comissão de Direitos Humanos diz haver impunidade de "paras" e falta de reparações

DE SÃO PAULO
DE CARACAS

A Comissão de Direitos Humanos da ONU (CDH) criticou ontem o que considera falta de progresso da Colômbia na punição a violações de paramilitares e na repressão às execuções extrajudiciais.
Em relatório, a comissão diz haver alto índice de impunidade nos casos de abusos de direitos humanos e carência de reparação a vítimas dos grupos paramilitares.
O texto diz haver também conivência entre as Forças Armadas e esses grupos e aponta a necessidade de investigação dos "falsos positivos" -assassinatos de civis contabilizados pelo Exército como baixas sob combate.
E critica a extradição de líderes "paras" aos EUA, o que, alega a CDH, compromete investigações. Ontem, os governos da Colômbia e dos EUA anunciaram acordo para que promotores colombianos tenham acesso aos paramilitares extraditados.

AJUDA DOS EUA
Uma ONG pacifista americana divulgou relatório nesta semana no qual diz que, em desrespeito à própria lei, os EUA não cessaram o auxílio às unidades militares no país acusadas de promover mortes civis fora de combate.
A ONG Movimento de Reconciliação (FOR, em inglês) analisou -no relatório "Assistência militar e direitos humanos: Colômbia, controle americano e implicações globais"- 3.000 execuções extrajudiciais de civis. Diz ter encontrado ainda um dado que considerou "alarmante".
Nas 16 unidades militares que receberam maior incremento de ajuda entre 2000 e 2009, a chegada do dinheiro foi acompanhada de mais denúncias de mortes de civis.
A ONG sustenta que o financiamento de unidades "problemáticas" passou ao largo de lei que ordena cessar ajuda em caso de violações.


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