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SEGURANÇA NO AR
O detido, de origem tunisiana, é suspeito de planejar o sequestro de vôo que ia de Estocolmo para Londres
Sueco é preso ao tentar embarcar com arma
DA REDAÇÃO
Um sueco que levava um revólver em sua sacola de mão foi preso ontem no aeroporto de Vasteras, em Estocolmo, antes de embarcar em um vôo com destino ao
Reino Unido.
A polícia suspeita que o homem, de 29 anos e origem tunisiana, tinha planos de sequestrar o avião. Após detido, ele afirmou ser inocente e que não sabia que
havia um revólver em seus pertences. O sueco fazia parte de um
grupo de passageiros que viajava
para participar de uma conferência islâmica em Birmingham, no
Reino Unido.
Agentes de segurança do aeroporto descobriram a arma dentro
de sua mochila quando a passaram pela máquina de raios X,
contou Ulf Palm, porta-voz da
polícia local.
"Acreditamos que ele fosse sequestrar o avião", afirmou Palm,
acrescentando que as autoridades
da Suécia estão investigando
eventuais ligações do suspeito
com grupos terroristas. O homem
detido já foi condenado no passado por roubo e agressão, disse
também o porta-voz.
Ontem, ele foi indiciado de forma preliminar por planejar um
sequestro de avião -se condenado, pode pegar entre seis meses de
prisão e prisão perpétua.
Segundo o diário sueco "Aftonbladet", os investigadores não
descartam a possibilidade de o
episódio ter sido preparado como
um teste para avaliar a capacidade
de prevenção ao terrorismo em
aeroportos pequenos da Europa.
Uma fonte ligada aos serviços
de inteligência da Suécia disse não
acreditar, porém, que o homem
tivesse ligações com uma rede terrorista. Em sua opinião, trata-se
de um incidente isolado, orquestrado por uma pessoa "com problemas mentais".
O chanceler britânico, Jack
Straw, elogiou a atuação dos serviços de segurança suecos. "O fato
de esse suspeito ter aparecido
mostra que a ameaça do terrorismo internacional continua e destaca a necessidade de tomarmos
medidas conjuntas contra essa
ameaça", declarou ele.
O sueco embarcaria em um vôo
rumo ao aeroporto de Stansted,
nos arredores de Londres, da
companhia irlandesa Ryanair,
empresa que tem ganhado destaque no continente por operar rotas dentro da Europa com tarifas
promocionais.
Muitos passageiros que já estavam a bordo tiveram de ser retirados para que a polícia revistasse a
cabine e os compartimentos de
bagagem. Os outros integrantes
do grupo -18 adultos e duas
crianças- foram interrogados
por várias horas antes de serem liberados.
"De repente, a polícia veio e disse que tínhamos de deixar o
avião", disse o passageiro Abla
Mohamed Ali a uma agência de
notícias sueca. "Eles apontavam
suas armas para nós. A polícia pegou todos aqueles que pareciam
ser muçulmanos e os colocou numa sala separada dos demais. Eles
dizem que somos testemunhas,
mas nos sentimos mais como suspeitos."
Nas discussões sobre os riscos
de atentados na Europa ocorridas
após os ataques de 11 de setembro, alguns países europeus apontaram a Suécia como um dos possíveis locais em que células terroristas estariam se escondendo.
Nas últimas décadas, os suecos sempre tiveram uma política flexível de asilo a refugiados políticos. Cerca de 1 milhão dos 9 milhões de suecos são imigrantes
-metade deles muçulmanos, provenientes do Oriente Médio.
Com agências internacionais
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