São Paulo, sábado, 31 de agosto de 2002

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SEGURANÇA NO AR

O detido, de origem tunisiana, é suspeito de planejar o sequestro de vôo que ia de Estocolmo para Londres

Sueco é preso ao tentar embarcar com arma

DA REDAÇÃO

Um sueco que levava um revólver em sua sacola de mão foi preso ontem no aeroporto de Vasteras, em Estocolmo, antes de embarcar em um vôo com destino ao Reino Unido.
A polícia suspeita que o homem, de 29 anos e origem tunisiana, tinha planos de sequestrar o avião. Após detido, ele afirmou ser inocente e que não sabia que havia um revólver em seus pertences. O sueco fazia parte de um grupo de passageiros que viajava para participar de uma conferência islâmica em Birmingham, no Reino Unido.
Agentes de segurança do aeroporto descobriram a arma dentro de sua mochila quando a passaram pela máquina de raios X, contou Ulf Palm, porta-voz da polícia local.
"Acreditamos que ele fosse sequestrar o avião", afirmou Palm, acrescentando que as autoridades da Suécia estão investigando eventuais ligações do suspeito com grupos terroristas. O homem detido já foi condenado no passado por roubo e agressão, disse também o porta-voz.
Ontem, ele foi indiciado de forma preliminar por planejar um sequestro de avião -se condenado, pode pegar entre seis meses de prisão e prisão perpétua.
Segundo o diário sueco "Aftonbladet", os investigadores não descartam a possibilidade de o episódio ter sido preparado como um teste para avaliar a capacidade de prevenção ao terrorismo em aeroportos pequenos da Europa.
Uma fonte ligada aos serviços de inteligência da Suécia disse não acreditar, porém, que o homem tivesse ligações com uma rede terrorista. Em sua opinião, trata-se de um incidente isolado, orquestrado por uma pessoa "com problemas mentais".
O chanceler britânico, Jack Straw, elogiou a atuação dos serviços de segurança suecos. "O fato de esse suspeito ter aparecido mostra que a ameaça do terrorismo internacional continua e destaca a necessidade de tomarmos medidas conjuntas contra essa ameaça", declarou ele.
O sueco embarcaria em um vôo rumo ao aeroporto de Stansted, nos arredores de Londres, da companhia irlandesa Ryanair, empresa que tem ganhado destaque no continente por operar rotas dentro da Europa com tarifas promocionais.
Muitos passageiros que já estavam a bordo tiveram de ser retirados para que a polícia revistasse a cabine e os compartimentos de bagagem. Os outros integrantes do grupo -18 adultos e duas crianças- foram interrogados por várias horas antes de serem liberados.
"De repente, a polícia veio e disse que tínhamos de deixar o avião", disse o passageiro Abla Mohamed Ali a uma agência de notícias sueca. "Eles apontavam suas armas para nós. A polícia pegou todos aqueles que pareciam ser muçulmanos e os colocou numa sala separada dos demais. Eles dizem que somos testemunhas, mas nos sentimos mais como suspeitos."
Nas discussões sobre os riscos de atentados na Europa ocorridas após os ataques de 11 de setembro, alguns países europeus apontaram a Suécia como um dos possíveis locais em que células terroristas estariam se escondendo.
Nas últimas décadas, os suecos sempre tiveram uma política flexível de asilo a refugiados políticos. Cerca de 1 milhão dos 9 milhões de suecos são imigrantes -metade deles muçulmanos, provenientes do Oriente Médio.


Com agências internacionais

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