São Paulo, quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros ANÁLISE LÍBIA Conflito pôs à prova o relacionamento entre a Europa e os EUA Ações militares evidenciaram discordâncias e também declínio da capacidade de defesa do velho continente JAMES BLITZ DO "FINANCIAL TIMES" Amanhã, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e o premiê britânico, David Cameron, se reunirão em Paris, na companhia dos líderes rebeldes da Líbia e de representantes dos governos que apoiaram a missão da Otan (aliança militar ocidental). A vitória da missão liderada por Reino Unido e França será celebrada, e começará o planejamento sobre o futuro da Líbia. A guerra não terminou e Gaddafi continua foragido, mas as ações da Otan se aproximam do fim e os líderes da aliança debatem as lições aprendidas. As questões mais sérias envolvem a falta de unidade da Otan. Nos últimos anos, o relacionamento entre a Europa e os EUA se desgastou devido à relutância de países europeus em oferecer apoio às operações da Otan no Afeganistão. Mas a operação na Líbia submeteu o relacionamento à pressão maior. Os EUA de início deram apoio à operação, mas depois se recusaram a participar de combates terrestres. Como resultado, França e Reino Unido enfrentaram dificuldades para conduzir a missão. Entre os acertos da campanha, da perspectiva militar, há o sucesso no uso de poderio aéreo para destruir as forças terrestres de Gaddafi, contando com forças de combate efetivas no terreno. É preciso refletir sobre a atuação dos 28 membros da Otan. O Pentágono causou choque aos aliados quando declarou que não se envolveria em ações de combate diretas e que aviões americanos não seriam utilizados em ataques a ativos militares do regime. Foi o bastante para expor a falta de disposição dos europeus para contribuir com as operações. O que faltou à Europa não foi apenas vontade. Mesmo entre aliados dispostos a participar, havia dificuldades para obter meios. Muitos acreditam que o declínio na capacidade de defesa da Europa, cujos países estão promovendo pesados cortes em suas verbas militares, é mau sinal. Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Exército de Israel treina colonos contra protestos palestinos Índice | Comunicar Erros

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.