São Paulo, quarta-feira, 31 de agosto de 2011

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Exército de Israel treina colonos contra protestos palestinos

Militares orientam assentamentos, antecipando atos após votação pela ONU de Estado palestino em setembro

Informações foram divulgadas pelo jornal "Haaretz"; procurado pela Folha, Exército não negou o planejamento

MARCELO NINIO

DE JERUSALÉM

O Exército israelense está treinando colonos na Cisjordânia para se defender contra possíveis distúrbios causados por manifestações de palestinos em setembro.
A avaliação do comando militar de Israel é que haverá um movimento popular em consequência do pedido para que a Palestina seja aceita como membro da ONU.
As informações foram divulgadas pelo jornal israelense "Haaretz", que cita um documento do Exército com detalhes sobre as preparações para a esperada reação.
O propalado plano de ir à ONU em busca de reconhecimento, que movimenta a diplomacia palestina há meses, é ainda um mistério.
As últimas informações são de que os palestinos evitariam ir ao Conselho de Segurança para driblar o veto certo dos EUA e recorreriam diretamente à Assembleia Geral da ONU. Lá a Palestina provavelmente teria a maioria necessária, mas para um status inferior ao de membro pleno, como no CS.
Israel embarcou numa contraofensiva diplomática para frear o plano, mas obteve pouco apoio. E passou a se preparar para o pior, com preparativos militares.
Segundo o "Haaretz", o Exército preparou um plano estabelecendo uma "linha vermelha" para cada assentamento -limite em que os soldados terão ordens para atirar nas pernas de manifestantes que se aproximarem.
Os preparativos incluem o treinamento de chefes de segurança colonos que receberão armas contra distúrbios, como gás lacrimogêneo. Procurado pela Folha, o Exército israelense não negou as informações.
"As Forças de Defesa de Israel mantêm um diálogo contínuo e profissional com a liderança da comunidade e o pessoal de segurança na Judeia e Samaria (Cisjordânia), enquanto dedica grandes esforços para prepará-los para qualquer cenário possível", afirmou em comunicado.
O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, decidiu não comparecer à Assembleia Geral, aberta em 21 de setembro. O presidente Shimon Peres deverá ir em seu lugar.


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