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Violência é o tema na Colômbia
da Reportagem Local
A explosão da violência será o te
ma da eleição presidencial na Co
lômbia, cujo primeiro turno deve
ocorrer em maio. Cada um dos
pré-candidatos se apresenta como
o mais capaz para negociar um
acordo de paz que ponha fim à
guerra civil no país.
A Colômbia tem sido palco de
conflitos cada vez mais violentos
entre grupos guerrilheiros de ori
gem marxista, forças paramilitares
e o Exército. Mas qualquer acordo
parece distante devido à baixa cre
dibilidade dos políticos e à frag
mentação dos partidos.
A atual crise colombiana come
çou em 1995 quando um ex-tesou
reiro de campanha do atual presi
dente, Ernesto Samper (Partido
Liberal), admitiu ter recebido US$
6 milhões em doações dos narco
traficantes.
A afirmação destruiu a credibili
dade de Samper e rachou seu parti
do. Também o Partido Conserva
dor, o segundo mais importante,
acabou dividido, pois alguns de
seus parlamentares apoiaram o
presidente durante a crise.
Como resultado, surgiram diver
sos partidos pouco representati
vos e vários pré-candidatos "inde
pendentes".
Apenas no Partido Liberal há se
te pré-candidatos, entre eles o
ex-ministro Horacio Serpa, apoia
do por Samper e, segundo as pes
quisas, favorito, e o ex-procura
dor-geral Alfonso Valdivieso, que
denunciou o presidente por ter re
cebido dinheiro do narcotráfico.
Como os liberais não chegam a
um acordo sobre o método de es
colha do candidato, o partido po
derá chegar rachado à eleição.
Andrés Pastrana (Partido Con
servador, derrotado por Samper
em 1994) e o general da reserva Ha
rold Bedoya (independente), que
foi chefe das Forças Armadas du
rante o atual governo, são pré-can
didatos fortes.
Até agora, são 13 postulantes.
"Aqui não há qualquer disciplina
partidária", afirma o jornalista
Pastore Virviescas, do jornal "El
Espectador". "O que há é o popu
lismo e o personalismo."
Segundo ele, a eleição presiden
cial de 98 será tão ou mais violenta
que as eleições para prefeitos e go
vernadores de 97, quando cerca de
20 candidatos foram mortos e cer
ca de 100 foram sequestrados.
Enquanto o próprio estado de di
reito encontra-se sob ameaça, diz
Virviescas, "os pré-candidatos
têm feito um desfile em frente às
prisões se oferecendo para nego
ciar com líderes dos grupos guerri
lheiros presos".
(OD)
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