DA REDAÇÃO

A prisão, no sábado, de um funcionário do aeroporto parisiense Charles de Gaulle que escondia armas e explosivos em seu carro aumentou o temor de que possam vir a ocorrer atentados terroristas na França em breve.
O francês de origem argelina Abderazak Besseghir, 27, que trabalhava no setor de bagagens, foi preso quando se dirigia a seu veículo estacionado no aeroporto, que tem um fluxo diário de cerca de 100 mil passageiros. Segundo fontes ligadas à investigação, os artefatos, escondidos no chão do carro, estavam "prontos para serem utilizados".
Foram encontrados duas pistolas, cinco pacotes de explosivos plásticos e dois detonadores.
Também foram detidos na casa do funcionário, no subúrbio parisiense de Bondy, seu pai, dois irmãos e um amigo. A polícia afirmou estar ampliando a investigação em torno de parentes e amigos de Besseghir para tentar averiguar se um atentado estava de fato sendo planejado.
Segundo uma fonte, Besseghir disse aos investigadores que alguma pessoa deve ter colocado as armas e os explosivos no carro. "Ele disse que não foi ele quem pôs os artefatos no veículo."
Besseghir, que não tem antecedentes criminais nem ligação com movimentos radicais, dispunha de acesso a áreas restritas do aeroporto, perto de locais em que ficam estacionadas as aeronaves. Segundo a polícia, "ele tinha um crachá oficial que lhe permitia circular livremente".
Há cerca de um ano, Richard Reid, que se dizia discípulo de Osama bin Laden, tentou detonar explosivos escondidos nos sapatos num vôo da American Airlines que partiu do Charles de Gaulle e se dirigia a Miami.
No dia 20 passado, o ministro do Interior francês, Nicolas Sarkozy, disse que ao menos um ataque terrorista deverá ocorrer em breve. Nas últimas semanas, a polícia francesa prendeu nove pessoas suspeitas de recrutar jovens muçulmanos para serem treinados pela rede terrorista Al Qaeda, liderada por Bin Laden.