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Colômbia nega interferência dos EUA
Alto comissário para a Paz do governo colombiano diz que atuação do país é independente em operação humanitária
Declarações são resposta a insinuações de Chávez; senadora Córdoba pede apoio a Uribe, mas crê que haja interferência externa
DA REDAÇÃO
O governo colombiano negou
ontem a existência de pressões
dos EUA ou da própria Colômbia para desestabilizar a operação de recuperação dos três reféns das Farc (Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia),
coordenada pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, e pela
Cruz Vermelha Internacional.
As declarações foram feitas
pelo alto comissário para a Paz
do governo colombiano, Luis
Carlos Restrepo, um dia após o
presidente venezuelano insinuar que "atores internos ou
externos à Colômbia" pudessem estar trabalhando contra o
sucesso da operação, em referência a uma eventual intervenção norte-americana.
"Jamais tivemos pressões
por parte de qualquer governo
estrangeiro com relação a esta
missão humanitária", disse
Restrepo a jornalistas, em Villavicencio. Questionado sobre
as declarações de Chávez, o comissário assegurou que "o governo colombiano está atuando
de maneira autônoma" na condução do caso.
Anteontem, Restrepo negara
a possibilidade de volta do presidente venezuelano ao posto
de negociador oficial da troca
dos demais reféns das Farc por
cerca de 500 guerrilheiros presos -Chávez foi destituído da
função em 21 de novembro pelo
presidente colombiano, Álvaro
Uribe, mas se disse disposto a
"esquecer o que passou" caso
fosse reconduzido.
Ao lado de Chávez na mediação, atuava a senadora colombiana de esquerda Piedad Córdoba, afastada na mesma data.
Ontem em Villavicencio, Córdoba deu declarações de apoio
a Uribe. "A estratégia para que
as libertações dêem certo é rodear de apoio o presidente da
Colômbia [e] não deixar as Farc
sozinhas", disse.
A senadora não negou, no entanto, a existência dos tais "atores externos" mencionados por
Chávez -disse ser "fundamental fazer ouvidos surdos a muitos setores que pressionam
enormemente para que isso
não avance e põem muito mais
ênfase na guerra", sem identificar, contudo, quais seriam eles.
Capital do departamento
(Estado) de Meta, no centro da
selva colombiana -onde é forte
a presença das Farc-, Villavicencio tem atraído parentes de
outros seqüestrados pelas Farc.
"Esperamos que não voltem
somente eles, mas todos", disse
Maria Teresa Paredes, há nove
anos sem notícias do marido,
um coronel de polícia.
Aura Milena Martínez trouxe cartas para dois irmãos, reféns há dois anos. O filho do governador de Meta, Alan Jara,
refém desde 2001, também está
na cidade.
Com agências internacionais
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