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Ofensiva paquistanesa fecha rota para o Afeganistão
Ação visa Taleban; 80% dos suprimentos da Otan e dos EUA cruzam a região
EUA negociam com Rússia e Ásia Central em busca de caminhos alternativos para abastecer suas tropas; cargas são alvo dos radicais
DA REDAÇÃO
Ofensiva do Exército paquistanês contra o grupo radical
Taleban fechou ontem a principal rota usada para abastecer a
Otan (aliança militar ocidental)
e os EUA no Afeganistão. Não
há previsão para a reabertura.
O capitão inglês Mark Windsor, porta-voz da Otan em Cabul, defendeu a ação paquistanesa: "Obviamente haverá pequenos transtornos a curto
prazo, mas [a ofensiva] é boa
para nossa operação".
Islamabad busca inibir a ação
do grupo radical em Khyber, na
região tribal fronteiriça, por
onde passa a maior parte dos
suprimentos destinados às tropas estrangeiras que ocupam o
Afeganistão há sete anos.
Os carregamentos militares,
que chegam ao Paquistão em
navios e são levados por caminhões ao país vizinho, tornaram-se alvos preferenciais de
insurgentes. Neste mês, foram
registrados seis ataques; pelo
menos 300 caminhões foram
queimados.
Atualmente, cerca de 80%
dos suprimentos enviados às
tropas no Afeganistão passam
por solo paquistanês. Khyber,
um perigoso desfiladeiro entre
as montanhas da região tribal
paquistanesa, é a mais tradicional rota comercial e militar entre os países.
Os EUA têm cerca de 31 mil
soldados no Afeganistão -14
mil sob bandeira da Otan, cujo
contingente passa de 50 mil. O
Pentágono planeja aumentar o
número em pelo menos 20 mil,
o que intensificaria a demanda
por suprimentos.
Rotas alternativas
Acuados na passagem de
Khyber, os Estados Unidos, que
lideram a aliança militar ocidental no Afeganistão, planejam abrir novas rotas para o
Afeganistão via Ásia Central.
O posicionamento da Rússia
é considerado crucial para as
negociações, que buscam permitir que os comboios cruzem
o território de ex-repúblicas soviéticas ao norte do Afeganistão, uma área ainda sob influência do Kremlin.
Atualmente, a Rússia permite a passagem de equipamentos
não-militares destinados ao
país. Há negociações com o
Tadjiquistão, o Uzbequistão e o
Turcomenistão para permitir o
transporte de armas por solo
-o Quirguistão já autoriza o
uso de seu espaço aéreo.
Autoridades envolvidas no
diálogo dizem que as rotas não
implicariam na construção de
novas bases americanas na Ásia
Central.
O transporte seria feito apenas por companhias comerciais
civis, segundo negociadores
americanos, que buscam acalmar as tensões com Moscou,
acirradas pela construção do
escudo antimísseis dos Estados
Unidos no Leste Europeu e pelo conflito na Geórgia.
Com "The New York Times" e agências internacionais
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