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Mudança de perfil e custo são entraves

Aluguel e fundo de promoção chegam a 10% do faturamento da empresa

Gabo Morales/Folhapress
Diego Junqueira na loja que gerencia em shopping temático
Diego Junqueira na loja que gerencia em shopping temático

Abrir loja em shopping de decoração sempre esteve nos planos dos colegas Luiz Bianchi, 36, dono da Interbagno, de artigos para banheiro, e Kamyar Abrarpour, 52, da By Kamy, fabricante de tapetes. Mas a experiência de ambos com o modelo tem altos e baixos.

Após se conhecerem em uma associação de decoradores, eles abriram em 2001 unidades das marcas no Shopping D&D, em São Paulo. No ano seguinte, montaram filiais em centro no Rio.

Enquanto as lojas paulistanas vivenciam expansão, as cariocas fecharam as portas cinco anos depois.

"Não tínhamos estoque suficiente para manter o estabelecimento e bancar o alto valor do aluguel", explica Abrarpour, que calcula ter somado prejuízo de R$ 200 mil.

Para Bianchi, o mau desempenho financeiro do shopping foi fator determinante para o fim das lojas. Ele não revela o valor do investimento perdido.

Meses depois de o centro carioca fechar, o espaço deu lugar a um shopping de moda.

No caso de falência, os lojistas devem ser informados previamente, aponta o advogado Daniel Cerveira. Contudo, é possível entrar com ação judicial e solicitar indenização pela rescisão do contrato.

PLANILHA DE GASTOS

Fechar as portas não é raridade entre lojistas de centros temáticos, alertam especialistas ouvidos pela Folha.

Uma das barreiras está no custo do ponto comercial. Mesmo mais barato do que em um polo tradicional, o valor ainda é alto, afirma Mário Cerveira Filho, assessor jurídico do Sindilojas-SP (Sindicato dos Lojistas).

O desembolso com aluguel e fundo de promoção, que chega a 10% do faturamento mensal, é o principal responsável pelo fechamento de empresas nesses locais. Outro entrave é a rigidez das normas, explica Cerveira Filho.

Para a lojista B.L., o valor do aluguel e a falta de autonomia para definir o horário de funcionamento de sua loja de iluminação são empecilhos.

"Não tenho movimento aos domingos e tenho que abrir a loja", critica ela, que tem ponto em shopping de decoração dentro de centro de negócios.

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