São Paulo, domingo, 01 de março de 2009


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Estratégias para enfrentar crises


As empresas precisam planejar com criati-vidade, rever processos e reduzir custos

PAULO ANCONA LOPEZ
ESPECIAL PARA A FOLHA

Todo empreendedor se questiona sobre formas de melhorar o resultado de sua empresa e fazer com que seu negócio se adapte às mudanças de cenário. Temos, portanto, duas variáveis para o sucesso: a empresa e o ambiente externo. A gestão deve integrar essas vertentes. A gestão da empresa e a estratégica devem andar juntas. Como fazer para que essas atividades se complementem? A resposta são pessoas preparadas, que atuem com a visão do ambiente e do mercado. De nada vale criar planos de propaganda e marketing, pendurar os valores e a missão na recepção ou acreditar que discursos mudam os resultados. Nada disso agregará de fato valor à marca e à empresa se não for adotado um mínimo de planejamento e de integração das pessoas com as estratégias. Pior ainda é gerenciar por tentativas -uma loteria em que estão em jogo investimentos, empregos e patrimônio. Não é necessário reformular tudo. O vento, mesmo quando é forte e contrário, permite chegar ao destino, desde que haja pessoas que saibam manejar as velas, analisar o vento e traçar um plano de viagem. Estamos falando, portanto, de gerenciar estratégias por meio de pessoas.
Elos
É sabido que a maioria das firmas de médio porte apoia suas expectativas em um pequeno grupo. Com relação às demais, há um distanciamento dos objetivos e das estratégias, de forma a se esperar uma atuação puramente operacional. Falta, normalmente, um elo que una as estratégias pensadas às ações práticas. As pessoas não se integram em relação a pontos comuns e não se sentem participativas e motivadas. Isso torna a empresa uma estrutura burocratizada e dependente de decisões pessoais isoladas. Esse perfil raramente se abre para o mercado. São companhias que sabem o quanto economizaram, mas não o quanto deixaram de ganhar. Do outro lado estão empresas que valorizam e desenvolvem seu pessoal e integram-no às estratégias definidas. Essas firmas desenvolvem programas de incentivo à participação, à criatividade e à iniciativa. Abrem-se para os clientes e isso só é possível se o colaborador está motivado para ouvir e apresentar propostas, sem medo de ser desqualificado. As empresas que não investem em análises estratégicas e em capacitação de pessoal competem com outras em que todos participam de fato da vida da empresa. A sobrevida das primeiras é pequena. Enquanto aperfeiçoam a relação com o pessoal, as empresas devem focar o ambiente externo, o mercado e os clientes. Algumas atitudes nesse sentido são planejar com criatividade, rever processos e reduzir custos. É preciso também conhecer os concorrentes. Vale também fortalecer o espírito das equipes, selecionar pessoal autoconfiante e seguro e manter um canal de comunicação aberto. A partir de estratégias flexíveis e de uma equipe preparada, com estratégias e processos revistos, será menos doloroso passar por crises de mercado.


PAULO ANCONA LOPEZ é diretor da Vecchi & Ancona, consultoria especializada em estratégia e gestão






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