São Paulo, domingo, 01 de agosto de 2004


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GESTÃO

Queixa foi feita por 52% dos estudantes entrevistados; formato é opção de consultoria para pequenos

Falta apoio docente a empresa júnior

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Metade dos universitários que atuam como empresários juniores -52%- não consideram satisfatório o nível de interesse dos professores das faculdades em que estudam em apoiar as empresas juniores brasileiras.
A conclusão é de um estudo inédito, obtido com exclusividade pela Folha, realizado pela Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), com 201 estudantes, de diversas empresas.
Segundo o professor Edson Marques Oliveira, doutor em empreendedorismo social, responsável pelo trabalho, a pouca participação dos professores é explicada pelo desconhecimento do modelo e pelo receio de que a empresa júnior "roube" mercados, sobretudo na área de consultoria.
Representantes do movimento das empresas juniores concordam. "São conceitos ainda novos. Há alguns professores que se interessam, e esses se dedicam mesmo, abraçam a causa. Mas são poucos", afirma Fábia Castro Alves, 20, coordenadora-geral do 12º Encontro Nacional de Empresas Juniores e da 1ª Conferência Mundial de Empresas Juniores, realizadas simultaneamente na última semana em Fortaleza.
"Nosso objetivo é trabalhar com as micro e as pequenas empresas. Nós nos dedicamos a criar um novo mercado e não a tomar o lugar das consultorias que já existem por aí", explica a coordenadora, que também é presidente da Ecomunicação, empresa júnior de comunicação da UFC (Universidade Federal do Ceará).

Bom e barato
Para o professor da Unioeste, as empresas juniores são uma alternativa para que firmas de pequeno porte que nunca tiveram acesso a serviços de consultoria administrativa, contábil, econômica, jurídica e de marketing, entre outras, possam experimentá-los pela primeira vez. "E com qualidade", enfatiza Oliveira. "Todos os projetos têm a orientação de professores bem preparados."
Entre os novos mercados abertos pelas empresas juniores está o atendimento ao terceiro setor, sobretudo a pequenas ONGs e a associações como as de bairro.
O estudo mostra que os principais problemas vividos pelos juniores são a falta de apoio (de professores, da universidade e dos colegas), a falta de recursos e a rotatividade dos membros.
Esse último ponto, embora dificulte a gestão da empresa, é também apontado como uma das grandes vantagens do modelo, por possibilitar o aprendizado de vários estudantes.
Os eventos de Fortaleza, segundo os organizadores, reuniram cerca de 1.800 empresários juniores, representando cerca de 30 países, entre eles Alemanha, Argentina, Equador, EUA, França e Itália. De acordo com Alves, o primeiro encontro nacional do movimento, há 12 anos, reuniu 70 pessoas em uma sala de aula da USP (Universidade de São Paulo). (BRUNO LIMA)


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