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Novas regras visam maior controle de orgânicos
Produtos terão selo único para atestar atributos de qualidade
ROSANGELA DE MOURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A partir de 2010, todos os
produtos orgânicos brasileiros,
exceto os vendidos diretamente ao consumidor, terão de
apresentar o selo do Sisorg (Sistema Brasileiro de Avaliação da
Conformidade Orgânica) para
serem rotulados como de qualidade orgânica.
Mais do que uma regulamentação padronizada para comprovar a origem desses produtos, as novas regras -como a
ativação de um cadastro nacional- permitirão conhecer as
reais informações de produção
e exportação dos orgânicos, o
que não é possível atualmente.
Dados do Mdic (Ministério
do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior) indicam
que, em 2008, foram exportados apenas US$ 12,4 milhões
em produtos orgânicos. Em
2007, o montante foi de US$
11,9 milhões. Em volume, aponta o ministério, houve queda de
19,5 milhões de quilos exportados para 13,2 milhões entre
2007 e 2008.
Esses números estão bem
distantes dos anunciados pela
BrasilBio (Associação dos Produtores e Processadores de
Orgânicos do Brasil), para a
qual o setor cresce em média
30% ao ano e movimenta R$
500 milhões anuais -sendo
70% ligados à exportação.
Segundo a assessoria de imprensa do Mapa (Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento), "nem todos os produtores exportadores de orgânicos comunicam ao Mdic que
exportam esse tipo de item".
Dessa forma, "só será possível fazer estatísticas reais sobre
as exportações desse tipo de
alimento quando o selo oficial
-um atestado do governo de
que aquele produto é orgânico
e foi produzido dentro dos padrões estabelecidos em lei-
entrar em vigor".
Na avaliação do ministro da
Agricultura, Reinhold Stephanes, as novas regras dinamizarão as exportações. "A existência de regras unificadas permite que o Brasil negocie o reconhecimento da equivalência de
suas normas com as dos países
interessados em importar produtos orgânicos nacionais."
Preparação
José Alexandre Ribeiro, presidente da BrasilBio, diz que os
produtores estão em fase de
adaptação para entrarem em
2010 usando o selo do Sisorg.
"O consumidor passa agora a
identificar apenas um selo como referência para o orgânico."
A iniciativa é comemorada
por quem atua no setor, como o
gerente comercial da Native,
Hélio da Silva, mas não sem
ponderação. "Mais de 90% da
população desconhece o que é
um alimento orgânico e acha
apenas que é caro. É preciso
desmistificar esse conceito."
Para ganhar mercado, comenta Silva, a estratégia será
voltada à precificação. "Em até
três anos, o orgânico custará
entre 5% e 40% mais caro; hoje,
a diferença supera os 100%."
Com ANDRÉ LOBATO e PAULA NUNES , Colaboração para a Folha
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