São Paulo, domingo, 03 de setembro de 2006


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Apoio à gestão é o que faz a diferença para os incubados

Provenientes de áreas técnicas, como engenharia, empresários se beneficiam da consultoria gerencial

DA REPORTAGEM LOCAL

Os projetos acolhidos pelas incubadoras recebem, principalmente, estrutura física e capacitação gerencial tecnológica para viabilizar sua consolidação e contato com o mercado.
Tal apoio é um diferencial, sobretudo porque muitos dos empreendedores incubados provêm de áreas técnicas, sem ter experiência em gestão.
Era justamente essa a "mão" de que o engenheiro da computação Humberto Ribeiro de Souza, 27, que criou um sistema de medição de velocidade para natação, mais precisava.
"Antes de entrar na incubadora, há dois anos, perdi a chance de fechar vários negócios em razão de minha falta de habilidade como gestor", diz.
Por meio da entidade, ele conheceu as linhas de financiamento da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Até o momento, Souza investiu R$ 50 mil no empreendimento e obteve financiamento de R$ 150 mil. A despesa mensal com a incubadora é de R$ 400, que corresponde aos custos com água, condomínio e linha de telefone.
Também atrelado à incubadora de Santos, o engenheiro da computação José Roberto Aquino, 32, desenvolveu o software de busca Garimpar.
Há três anos no local, ele conta com o apoio de consultores especializados para orientá-lo. "Venho de formação técnica, então não tinha experiência com empreendedorismo. Se não estivesse incubado, minha despesa com consultores seria exorbitante", comenta.

Crescimento
Para alavancar sua rede de pesquisa, desenvolvimento e inovação, a PR Trade, empresa de agroquímicos, procurou o Cietec (Centro Incubador de Empresas Tecnológicas).
"Hoje, temos muitos contatos com pesquisadores e com universidades", comenta o gerente administrativo da empresa, Marcelo Claro, 38. O próximo passo da PR Trade é partir para a fase industrial: após a incubação, houve um aumento de 48% ao ano no faturamento da empresa, e o número de colaboradores saltou de 5 para 30.
O químico industrial William Carnicelli, 53, sócio-proprietário da Alpha Produtos Químicos, é um dos poucos que prescindiram de parte da estrutura de apoio da incubadora em que passou dois anos, o Cietec.
Isso porque, ainda que a entidade tenha lhe apontado caminhos para obter financiamento, o investimento de mais de R$ 1 milhão foi dividido entre os proprietários da empresa e a verba gerada no negócio.
"Achamos os juros de financiamento muito altos", justifica Carnicelli. "Ademais, o crescimento rápido nos permitiu utilizar menos a estrutura que a incubadora fornece." (MB)


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