São Paulo, domingo, 04 de janeiro de 2004


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Conhecer bem o empreendimento mostra alternativas reais e possibilita mudar no tempo certo

Plano ganha eficácia se feito pelo dono

FREE-LANCE PARA A FOLHA

"A pessoa mais indicada para fazer o plano é o próprio empreendedor." A afirmação, do consultor de empresas Cesar Souza, vem com a justificativa de que ninguém conhece tão bem o negócio como quem se responsabiliza por sua gestão.
"Os outros, feitos por experts ou acadêmicos, acaba sendo um plano burocrático, quase que um formulário a ser preenchido tecnicamente. O bom plano de negócio é feito pelos líderes que nele colocam não apenas suas idéias, mas suas emoções", defende.
Alexandre Zanata, consultor de administração e negócios do Senac-SP, ressalva que há a necessidade de ter tempo e alguma experiência: "O empresário também precisa dominar a ferramenta utilizada e aplicar os conceitos adequados, além de estar antenado ao ambiente externo, à concorrência e ao mercado", enumera.
Na hora de selecionar o que vale a pena incluir no plano e o que se mostra irrelevante, Zanata diz que custos como consumo de energia elétrica e água não precisam ser estimados. "Ele deve dar atenção a custos mais importantes, como os de produção, de manutenção e de administração do estoque", exemplifica.
"Fatores externos", diz Souza, "devem ser levados em conta, mas [o plano] não pode virar exercício de futurologia". "A taxa de juros é importante, assim como as eleições municipais, para quem tem contratos com prefeituras, mas o plano de negócios não pode virar uma adivinhação."

Pé no chão
Em vez de ficar no mundo das hipóteses, o mais sensato é ater-se a fatores concretos, e, sempre que possível, transformar esses fatores em números. "Identificadas as dificuldades passadas no ano anterior e as metas almejadas, o proprietário de uma empresa tem de quantificar isso. Qualquer atitude deve ser transformada em valores, e não ter essa consciência é o ponto fraco de muitos empreendedores", relata Zanata.
A importância de o próprio empresário elaborar o plano de negócios, ou ao menos conseguir compreendê-lo, surge com o passar dos dias. "São raros os casos em que o plano se cumpre exatamente como foi feito", afirma Marco Gregori, coordenador do Centro de Empreendedorismo e Inovação da BSP. "Ele sempre tem um propósito para ser feito, que é validar a idéia, ver se faz sentido e se as propostas são viáveis."
Mas, se alguma meta começa a se mostrar irreal, o plano deve ser modificado -e perceber isso a tempo faz toda a diferença. "Não pode ser um dogma", diz Souza. Luiz Soares, consultor da Pieracciani, completa: "É como um mapa. Há sempre a probabilidade de errar, mas o risco diminui e, munido de informações corretas, aumentam as chances de corrigir".



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