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GUERRA E PAZ
Fornecedor deve ser visto como chave para competir
Falta de sintonia entre parceiros é uma das principais causas de falência
Renato Stockler/Folha Imagem
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EXTREMOS
Ricardo Santis, da Trade System, diz já ter enfrentado problemas para negociar com fornecedores, mas, hoje, tem parceiros que até indicam sua loja a outros clientes |
ANDRESSA ROVANI
DA REPORTAGEM LOCAL
Comprar ou não comprar?
Para boa parte das empresas,
independentemente do porte,
essa é uma questão sem saída:
adquirir, sejam produtos e matérias-primas, sejam serviços, é
condição vital para o negócio.
"Muitas vezes, é do fornecedor que depende a empresa",
enfatiza Julio Alencar, consultor de produção do Sebrae-SP
(Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas).
Apesar disso, a relação entre
empresa e fornecedor nem
sempre é saudável. De acordo
com Alencar, alguns dos maiores problemas são a não-entrega do produto encomendado e
a falha no prazo combinado.
Por isso, assegura, a escolha
errada de um fornecedor pode
abalar o espaço conquistado
por uma empresa no mercado.
Segundo pesquisa da instituição, dentre o volume de empresas que fecham as portas
anualmente, parte falha ao ignorar informações de grande
relevância sobre o negócio.
Para 38% dessas firmas, a falta de conhecimento sobre fornecedores e as formas como
trabalhavam com preços e prazos foram fatores preponderantes para levá-las à falência.
"Se o fornecedor não é confiável em prazos, é preciso estoque. Mas isso gerará custos, que
serão repassados ao consumidor. Como ser competitivo nesse mercado se quem paga o custo é o cliente?", aponta Alencar.
Abastecimento
Para Dary Filho, sócio do
Grupo Avanzi (telecomunicações), a falta de comprometimento de fornecedores já abalou a relação com seus clientes.
Em uma das grandes chuvas
deste verão, a antena de um
cliente apresentou problemas.
Em caráter de urgência, Dary
solicitou outra ao fornecedor,
que levou quatro dias para
repô-la. "Ele não tinha a mesma noção de urgência", lembra.
Em compensação, o Grupo
Avanzi ainda mantém alguns
parceiros do tempo em que a
empresa foi aberta, há 11 anos.
"Com alguns deles, até participamos de licitações em conjunto", comenta o empresário.
Na balança
Fidelidade e exclusividade,
nesses casos, não costumam
andar juntas. Por isso especialistas em gestão recomendam
que o empresário nunca dependa de apenas uma empresa fornecedora. Do outro lado, não
adianta pulverizar demais os
pedidos, perdendo em escala e
em freqüência de entrega.
A dificuldade do empreendedor aumenta quando se trata de
marinheiro de primeira viagem. Se o cliente é novo e o
fornecedor já está estabelecido,
por exemplo, ele não terá o
mesmo tratamento. O mais comum é ter de pagar à vista.
Nessas situações, quem quer
ter o fornecedor como parceiro
deve comprar pouco e com freqüência para que seja estabelecida uma relação de confiança.
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