São Paulo, domingo, 05 de maio de 2002


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Franquias atraem quem quer correr menos risco; atuação independente tem a vantagem da autonomia

Dê o formato certo ao novo negócio

Fernando Moraes/Folha Imagem
Camila Cobucci, sócia-gerente do Terra Madre Design


GIOVANA TIZIANI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Quem planeja iniciar um negócio próprio geralmente mergulha em uma série de dúvidas. Uma das decisões vitais para não submergir de vez com a nova atividade é saber como dar forma a ela: abrir uma franquia, começar um negócio independente da estaca zero ou comprar um já existente.
O franchising pode ser a melhor opção aos mais comedidos, que pretendem investir em uma marca já testada e aceita no mercado. Segundo os consultores, é a oportunidade de "comprar" a experiência dos franqueadores e também a dos outros franqueados.
Por outro lado, a liberdade é restrita: quem opta por esse tipo de investimento deve estar ciente de que terá de seguir regras predeterminadas pelo franqueador.
Para quem sonha justamente com mais autonomia na nova atividade, abrir um negócio independente é mais aconselhável. Mas os riscos são maiores, pois o produto/serviço não foi testado anteriormente no mercado e, por isso, exige dose maior de criatividade para conquistar clientes.
"Nesse caso, é importante ter algo novo a oferecer, um diferencial", explica a professora Ofélia de Lanna Sette Torres, da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, ligada à Fundação Getúlio Vargas (Eaesp-FGV).

Criatividade e "heranças"
Foi o que fez Heloísa Galves, 36, dona do Terra Madre Design, que hoje tem três lojas com objetos de decoração confeccionados por artistas brasileiros. "Temos desde ímã de geladeira até sofás, e 90% das peças são exclusivas", diz.
Uma desvantagem para quem cria um negócio do zero está nas negociações com fornecedores. A saída, afirma Torres, é formar redes de negócios entre empresários do ramo para ratear custos.
Quem não quer correr tantos riscos nem se submeter às regras das franqueadoras encontra ainda outra saída: comprar um negócio de um outro empresário.
A maior vantagem está na chance de adquirir as instalações com uma rede de clientes já formada. Mas certos cuidados devem ser tomados, como avaliar por que o ex-proprietário desistiu do local. Muitas vezes, a antiga clientela estava insatisfeita ou o ex-dono acabou deixando de "herança" muitas dívidas a serem quitadas.
Para comprar o ponto comercial de outra pessoa, Sandra Fiorentini, assessora jurídica do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), recomenda a constituição de nova pessoa jurídica para que os débitos do antigo dono não venham "de brinde".



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