São Paulo, domingo, 05 de agosto de 2007


Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

gestão

Para ampliar frota, pequenos procuram leasing

Busca por essa modalidade de crédito cresce mais do que por financiamento

Renato Stockler/Folha Imagem
Ademir do Canto, da Ecolabor, aposta no leasing e pretende trocar dois de seus sete veículos


MARIANA DESIMONE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No mês em que as vendas de veículos no país foram as melhores da história -213.030 emplacamentos, 28,5% a mais que em maio, o recordista anterior-, empresários aceleraram os planos de renovar sua frota.
Na busca por crédito, muitos têm preferido o leasing ao financiamento. No mês passado, a procura pelo primeiro cresceu 64%, e a pelo segundo, 28%, em relação a julho de 2006.
A diferença entre o leasing e o financiamento é que aquele é uma espécie de aluguel, contratado com o banco ou com uma locadora de carros.
Apesar de ter taxas de juros muitas vezes superiores às do financiamento, é vantajoso para empresas que trabalham com lucro real, já que o valor gasto com o leasing é dedutível do Imposto de Renda.
Sócio de um bar, Denis Rezende está pagando dois veículos: um por financiamento e outro por leasing. "O financiamento é mais acessível para ser aprovado, mas ambos valem a pena", pondera.
"O leasing exige mais garantias para aprovação", argumenta Ricardo Curado, consultor do Sebrae-SP. Ao optar por ele, o empresário deve prever que comprometerá uma parcela da linha de crédito que tem com o banco e terá menos dinheiro para tomar emprestado.
Ademir do Canto, gerente administrativo e financeiro da Ecolabor, prevê a troca de dois dos sete carros da empresa e aposta no leasing. "É como se fosse uma despesa que pagamos todo mês. Ao final do contrato, pagamos o valor residual e depois vendemos o veículo para comprar um novo", conta.

Hora de trocar
Mesmo com modalidades diferentes de pagamento, o destino dos carros é o mesmo. "Depois de pagar, vendemos os carros e compramos outros, novos", conta Rezende.
Essa troca sistemática visa não só rodar com um carro em bom estado mas também controlar os custos. "Com mais de três anos, já começam a dar trabalho e a gastar mais", diz.
O professor de empreendedorismo da FGV-Eaesp Francisco Guglielme Júnior dá mais uma opção: leasing com locadora de veículos. "Como eles têm mais poder de barganha, podem negociar melhor o seguro, por exemplo."
Nesse caso, o gasto fica um pouco maior que a parcela de um financiamento, o que não inviabiliza um bom negócio. "Além de o capital de giro da empresa não ficar engessado, não há responsabilidade com manutenção. Se o carro quebrar, a locadora substitui. E o empresário não arca com a depreciação", lista Guglielme.

Necessidade
Antes de comprar, porém, o empresário deve ponderar se a nova despesa vale a pena.
"O administrador deve pensar na real necessidade de comprar um automóvel. Se não for estritamente necessário, use o dinheiro para investir no negócio", diz Roy Martelanc, professor de finanças da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo).
"Compro os carros porque são indispensáveis para o crescimento do meu negócio", afirma Cícero de Barros, dono de uma escola de direção para pessoas já habilitadas.
Ele comprou cinco automóveis neste ano, todos com financiamento. "Se as taxas não estivessem tão baixas e os prazos tão favoráveis, talvez não tivesse comprado tantos carros."


Texto Anterior: Pacote para exportar
Próximo Texto: Palio e Gol são os preferidos nas garagens das empresas
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.