Aposta promete bons rendimentos, mas a lógica de mercado diferente ainda é um desafio

DE SÃO PAULO

Não conhecer o público-alvo é um dos maiores problemas de quem abre um negócio voltado para as classes C, D e E. "As empresas têm de ir à comunidade. A inovação deve ser integrada, em uma cocriação", sugere Stuart Hart, professor da Johnson School of Management, a quem tem funcionários e gerentes das classes A e B.
De olho no crescimento do poder de consumo das classes C e D, o REP Centros Comerciais pretende inaugurar em novembro o Mais Shopping Largo 13, em Santo Amaro (zona sul), que terá lojas de marcas conhecidas de outros shoppings.
Ao contrário do que recomenda Hart, oferecerão versões básicas e "mix" de produtos mais baratos. Para o professor, o ideal é criar outros produtos e marcas em vez de cortar custos.
O diferencial do local serão as lojas modulares, espaços já montados que reduzem gastos com instalações.
"Como já entregamos com piso e vitrine prontos e iluminação e ar-condicionado são do próprio shopping, ele [o lojista] só tem de levar móveis e mercadoria", explica Zildo Borgonovi, diretor de gestão da REP.
Cada loja modular tem 20 m2 e as vitrines não vão até o teto. Têm metade dessa altura, para que a iluminação e o ar-condicionado sejam compartilhados com o shopping. Ao todo, são 270 lojas modulares, 50 ainda vazias.
O comerciante Ezequias Emídio, 37, começou a trabalhar como ambulante em São Paulo há dez anos. Com os negócios prosperando e as oportunidades surgindo, conseguiu dois espaços comerciais, em uma estação de metrô e em uma de trem.

DUAS LOJAS VIRAM SETE
No Mais Shopping Largo 13, Emídio terá pela primeira vez uma loja em shopping. Uma não, cinco: de bijuterias, de bolsas, de calçados, de eletrônicos e de presentes. "Teria dinheiro para abrir duas lojas comuns. Com as modulares, vou poder ampliar", conta o comerciante.


Texto Anterior: Foco: Comerciante testa estandes em diversos pontos de SP
Próximo Texto: Trem e metrô favorecem vendas
Índice