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São Paulo, domingo, 05 de outubro de 2003


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Expositores do Amazontech anunciam interesse de expandir e esperam propostas de São Paulo e do Rio

Norte procura parcerias no Sudeste

DO ENVIADO ESPECIAL A MANAUS

A feira e as rodadas de projetos do Amazontech 2003 revelaram boas oportunidades de negócio para empresários paulistanos interessados em ser representantes, distribuidores ou revendedores de produtos amazônicos ou ainda em investir em pesquisas científicas desenvolvidas na região.
Empreendedores de diversos Estados anunciaram no evento que pretendem negociar com o Sudeste, sobretudo com São Paulo. O que falta? Os parceiros. São produtores de doces, flores exóticas, couro vegetal, móveis, cerâmicas tapajônicas e marajoaras, guaraná em pó, derivados de babaçu, artesanato e outros.
"A Amazônia é um universo de possibilidades que podem ser exploradas por pequenos e grandes empresários", afirma o diretor-presidente do Sebrae Nacional, Silvano Gianni. "Com seus produtos, ela pode ser um bom diferencial de negócio no Sudeste."
Com capacidade para produzir 2.000 peças por mês, a Cor Nativa (cornativa@bol.com.br), de Manaus -que fabrica roupas artesanais com algodão cru, usando jarina (o chamado marfim vegetal) e sementes de açaí como botões e fazendo pespontos de fibra de tucum-, já fez vendas para São Paulo, mas busca um representante ou um distribuidor fixo.
A maranhense Raimunda Nonata Amorim, 53, que há 20 anos fabrica doces, licores e bombons de frutas regionais usando a marca Tia Noca (0/xx/98/225-4116), participou de rodada de negócios no evento para buscar parceiros. "Recebi proposta até do Carreffour", conta. Segundo ela, que vende em média 500 potes de doce por mês, a empresa pode aumentar bastante a produção.
Na rede de lojas Peg & Faça, em São Paulo, já é possível encontrar um produto para controle de insetos feito com extrato da planta nim pela empresa Natureza Agrícola (natucidvendas@terra.com.br), em Mato Grosso, que expôs na Amazontech com apoio do Sebrae. "Queremos vender ainda mais para São Paulo", afirma o supervisor-geral de vendas da empresa, Waldir Rozo.
Betty Castro, presidente da Paraflor (Associação Paraense de Floricultura e Plantas Medicinais), conta que alguns produtores aceitam pedidos de flores nativas do Xingu via internet e enviam plantas para todo o Brasil.

Pesquisas
No comércio de guaraná, as opções são muitas. Há quem venda o pó em sachês, em grãos ou misturado em energéticos. O guaraná orgânico, no entanto, tem ganhado espaço nesse mercado.
O agrônomo Rivaldo Gonçalves de Araújo, 55, por exemplo, produz guaraná desse tipo utilizando técnicas de uma comunidade indígena (agrorisa@uol.com.br). Ele revela que está em negociação para fechar contrato de distribuição em São Paulo, mas que aceita propostas de interessados.
O guaraná orgânico e a produção de óleo diesel de dendê são alguns dos destaques de pesquisa da Embrapa Amazônia Ocidental que devem render bons negócios. No Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), a fabricação do "fishburger", hambúrguer feito com peixes da região amazônica, é uma das novidades.


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