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ALTA TECNOLOGIA
Itens "nano" começam a despontar entre MPEs
Investimentos do governo federal em nanotecnologia excedem R$ 70 mi
Anna Carolina Negri/Folha Imagem
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Na Kailash, a tecnologia é usada para dar resistência e tratamento antimicrobiano ao tecido |
RAQUEL BOCATO
DA REPORTAGEM LOCAL
A injeção de recursos mostra
a importância que o governo federal tem dado ao desenvolvimento da nanotecnologia no
país. Nos últimos dois anos, foram destinados R$ 71 milhões.
O estímulo à pesquisa dessas
partículas, cujo tamanho é medido em nanômetros -escala
que corresponde à bilionésima
parte do metro-, também ajuda a traduzir as expectativas
em relação à ciência. Em 2005,
foi lançado o Programa Nacional de Nanociência e Nanotecnologia, que envolve mais de
300 pesquisadores e aproximadamente 80 instituições.
"Pela primeira vez, temos
uma política industrial em cujo
cerne está a inovação", diz Luiz
Antonio Elias, secretário de
Desenvolvimento Tecnológico
e Inovação do MCT (Ministério
da Ciência e Tecnologia).
Os esforços têm ido além do
incentivo à pesquisa. A estratégia inclui também a divisão do
conhecimento com empresas.
"Uma das grandes preocupações é fomentar parcerias, nas
quais se inclui a parceria universidade-empresa, visando ao
desenvolvimento de produtos e
soluções inovadoras", destaca.
Segundo ele, na área de nanotecnologia, tem-se dado ênfase ao desenvolvimento de
projetos conjuntos entre a academia e a iniciativa privada.
As micro e pequenas também
têm aproveitado a chance de
desenvolver produtos com os
benefícios da nanotecnologia.
A Orbys, empresa da área de
desenvolvimento de materiais,
por exemplo, estabeleceu parceria com a Unicamp. Criada
em 2003, a firma adquiriu a patente de um processo que aumenta a resistência de peças.
"O conhecimento está disponível aos pequenos", avalia o
sócio Eduardo Figueiredo, 64.
Mobilização
As associações de setor também têm se mobilizado.
A Abihpec (higiene pessoal,
perfumaria e cosméticos) criou
um instituto de tecnologia para
fomentar a pesquisa entre micro, pequenas e médias organizações do segmento.
Inaugurado há três meses,
uma de suas funções é mapear
lançamentos e pedidos de patente para conhecer os rumos
que as firmas, especialmente as
estrangeiras, estão tomando.
"A nanotecnologia está no
caminho do desenvolvimento
do setor. Estamos tentando
conscientizar o empresariado
da importância da pesquisa",
diz o presidente da Abihpec,
João Carlos Basílio da Silva.
A Abit (indústria têxtil e de
confecção) também está pronta para imergir nesse mundo
microscópico. No dia 23 deste
mês, inaugura o Comitê de Nanotecnologia da Indústria Têxtil e de Vestuário.
Para Sylvio Napoli, gerente
da Abit, é preciso agregar nanotecnologia aos produtos brasileiros sob o risco de perder os
mercados interno e externo.
"As licitações já estão incluindo produtos com essa tecnologia. Há exemplos recentes
disso na Europa", enfatiza.
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