São Paulo, domingo, 06 de abril de 2008


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UNIR PARA CRESCER

Ao ver concorrente como parceiro, firma facilita crédito e reduz gasto

Espírito colaborador impulsiona crescimento

Rafael Hupset/Divulgação
Ulisses da Silva, da Ultra Tur, usou uma cooperativa de crédito para alavancar a empresa


ANDRESSA ROVANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Aos poucos, o conceito de concorrência entre pequenas empresas está dando lugar à convicção de que a união é o caminho mais curto para crescer.
Se entre as multinacionais e as grandes companhias a fusão é recorrente, entre os pequenos empreendedores a comunhão de forças para expandir negócios, alcançar uma ação ou reduzir custos está aumentando a sobrevida das empresas.
Algumas se unem para compartilhar gastos de operação e gerar economia. Outras procuram parcerias com empresas de grande porte e aproveitam a injeção de capital.
Um outro jeito de unir concorrentes é participar de uma cooperativa de crédito, em que os empresários cooperados formam um grande caixa único, com gerenciamento próprio e que não visa ao lucro.
As operações realizadas pela cooperativa são iguais às dos bancos convencionais, mas custam até 60% a menos.

Alavancagem
"A expectativa [para as cooperativas de crédito] é muito favorável", avalia Manoel Messias, presidente da Sicoob Central Cecresp (Central das Cooperativas de Crédito do Estado de São Paulo).
"As pequenas têm dificuldades com o sistema financeiro convencional, pois os custos inviabilizam o empréstimo."
Hoje, são 13 instituições de crédito empresarial no Estado regidas pela Sicoob. Juntas, somam R$ 17 milhões em ativos. Neste semestre, outras cinco deverão ser formadas.
Foi ao se deparar com a dificuldade de conseguir crédito bancário para capital de giro que o empresário e advogado Ulisses Alves da Silva descobriu as cooperativas de crédito.
A burocracia bancária, conta, quase o impediu de ter acesso a um investimento para alavancar a Ultra Tur, firma de locação e transporte de veículos.
O empresário precisava de um limite maior de crédito para locar mais automóveis para um cliente. "Eu iria perdê-lo. A cooperativa foi minha tábua de salvação", lembra.
Como ele, atualmente já são cerca de 1.800 empresários paulistas participando da rede.

Comida repaginada
Em Holambra (133 km de São Paulo), a união dos empresários da cidade deu origem a um núcleo de gastronomia, criado para atrair turistas.
Juntos, os donos de restaurante tiveram treinamento, diagnósticos e acompanhamento do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
A comunidade local e os próprios empresários julgaram os estabelecimentos que fariam parte da rede. De 15, 13 agora fazem parte do Roteiro Gastronômico de Holambra. Com a diversificação dos atrativos, a meta da cidade é aumentar o afluxo de turistas em 30% até o final deste ano.


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