São Paulo, domingo, 06 de abril de 2008


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em foco

Na região Norte, floricultura passa por estruturação

Setor movimenta R$ 74 milhões ao ano, diz Sebrae

DIOGO BERCITO
ENVIADO ESPECIAL A MANAUS

Alpínias, helicônias, antúrios. O rol de flores tropicais deve ganhar força nos mercados brasileiro e internacional nos próximos anos.
É, pelo menos, a proposta do projeto estruturante dos Sebraes (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) da região Norte.
A instituição divulgou no último dia 28, durante a Jornada da Floricultura da Amazônia, um mapeamento do setor na região, que apontou que são movimentados R$ 74 milhões ao ano pelo segmento.
A área cultivada com flores e plantas ornamentais é hoje de 241 hectares, segundo o estudo. O crescimento planejado para 2010 é de outros 184 hectares, um aumento de 76%.
Para fazer crescer o setor floricultor na região, todos os elos da cadeia produtiva serão estudados e incentivados.
A aposta para aumentar a produção está na ciência. O CBA (Centro de Biotecnologia da Amazônia) está trabalhando na clonagem de mudas.
"Ao se tornarem menos raras, ficam mais baratas, o que deverá aumentar a produção", diz Paulo Viegas Rodrigues, coordenador técnico do centro.

Na prática
Algumas das plantas que são cultivadas em laboratório têm sido introduzidas no sítio Paxicá, que fica a quase 70 km de Manaus, pelos agrônomos Imar César de Araújo, 64, e Arlena Gato, 58.
O cultivo das mudas começou há apenas um ano e já é possível ver as cores e as formas exóticas das flores tropicais surgindo nas fileiras da plantação de 2,5 hectares quadrados.
"O clima da Amazônia favorece a produção, porque não há estação ruim para as plantas", aponta Araújo.
A prática da plantação de flores tropicais ainda é recente no Norte do país, onde o costume é recolhê-las na própria natureza. Por isso a plantação no sítio Paxicá tem sido feita de diversas formas -variando o espaçamento entre fileiras, a adubagem e o sombreamento, por exemplo.
O que não funciona é descartado, e o conhecimento resultante dos testes é repassado, em seguida, para os demais produtores da região.

Elos faltantes
Mas, neste segmento, nem tudo são flores, por enquanto. "Há vários elos faltando na cadeia", diz Vanusa Reis das Chagas, coordenadora regional do projeto dos Sebraes. Uma das dificuldades é, segundo ela, a falta de técnicos com a formação adequada.
Os hábitos dos compradores de flores também são um empecilho para os produtores de flores tropicais, de acordo com Antonio Hélio Junqueira, engenheiro agrônomo responsável pelo estudo.
Segundo ele, as preferidas do consumidor ainda são rosas, margaridas e crisântemos, naturais do clima temperado, o que faz com que precisem ser "importadas" de regiões como o Sudeste e o Sul do país.


O jornalista viajou a convite do Sebrae-AM


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