|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
em foco
Na região Norte, floricultura passa por estruturação
Setor movimenta R$ 74 milhões ao ano, diz Sebrae
DIOGO BERCITO
ENVIADO ESPECIAL A MANAUS
Alpínias, helicônias, antúrios. O rol de flores tropicais
deve ganhar força nos mercados brasileiro e internacional
nos próximos anos.
É, pelo menos, a proposta
do projeto estruturante dos
Sebraes (Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas
Empresas) da região Norte.
A instituição divulgou no último dia 28, durante a Jornada
da Floricultura da Amazônia,
um mapeamento do setor na
região, que apontou que são
movimentados R$ 74 milhões
ao ano pelo segmento.
A área cultivada com flores e
plantas ornamentais é hoje de
241 hectares, segundo o estudo.
O crescimento planejado para
2010 é de outros 184 hectares,
um aumento de 76%.
Para fazer crescer o setor floricultor na região, todos os elos
da cadeia produtiva serão estudados e incentivados.
A aposta para aumentar a
produção está na ciência. O
CBA (Centro de Biotecnologia
da Amazônia) está trabalhando
na clonagem de mudas.
"Ao se tornarem menos raras, ficam mais baratas, o que
deverá aumentar a produção",
diz Paulo Viegas Rodrigues,
coordenador técnico do centro.
Na prática
Algumas das plantas que são
cultivadas em laboratório têm
sido introduzidas no sítio Paxicá, que fica a quase 70 km de
Manaus, pelos agrônomos
Imar César de Araújo, 64, e Arlena Gato, 58.
O cultivo das mudas começou há apenas um ano e já é
possível ver as cores e as formas
exóticas das flores tropicais
surgindo nas fileiras da plantação de 2,5 hectares quadrados.
"O clima da Amazônia favorece a produção, porque não
há estação ruim para as plantas", aponta Araújo.
A prática da plantação de
flores tropicais ainda é recente
no Norte do país, onde o costume é recolhê-las na própria
natureza. Por isso a plantação
no sítio Paxicá tem sido feita
de diversas formas -variando o
espaçamento entre fileiras, a
adubagem e o sombreamento,
por exemplo.
O que não funciona é descartado, e o conhecimento resultante dos testes é repassado,
em seguida, para os demais
produtores da região.
Elos faltantes
Mas, neste segmento, nem
tudo são flores, por enquanto.
"Há vários elos faltando na cadeia", diz Vanusa Reis das Chagas, coordenadora regional do
projeto dos Sebraes. Uma das
dificuldades é, segundo ela, a
falta de técnicos com a formação adequada.
Os hábitos dos compradores
de flores também são um empecilho para os produtores de
flores tropicais, de acordo com
Antonio Hélio Junqueira, engenheiro agrônomo responsável pelo estudo.
Segundo ele, as preferidas do
consumidor ainda são rosas,
margaridas e crisântemos, naturais do clima temperado, o
que faz com que precisem ser
"importadas" de regiões como
o Sudeste e o Sul do país.
O jornalista viajou a convite do Sebrae-AM
Texto Anterior: Programa é exportado para a África Próximo Texto: Pirarucu passa por testes no AM Índice
|