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A NÚMERO 2
Optar por expandir com outra unidade implica estar apto para administrar e seguir com lucro
Filial depende da "saúde" da matriz
PAULA LAGO
EDITORA-ASSISTENTE DE EMPREGOS E NEGÓCIOS
Os negócios vão bem, os consumidores apreciam o atendimento
e os produtos oferecidos, e o proprietário chega à conclusão de
que deve ampliar seu raio de atuação com uma segunda unidade.
Para que essa história tenha um
final feliz, porém, só os fatos acima não bastam. Uma filial significa investimento maior -tanto financeiro como de atenção-,
equipe bem azeitada, escolha do
ponto ideal e capacidade de manter o primeiro "filho", a matriz,
com a lucratividade em alta.
Não são poucos os que se aventuram na expansão. No Estado
de São Paulo, existem quase 1,3
milhão de estabelecimentos, dos
quais 122.817 são filiais, de acordo
com análise feita pelo Sebrae-SP
(Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) do Cadastro de
Estabelecimentos Empregadores
do Ministério do Trabalho e Emprego referente a 1999.
"Estamos falando de um empresário que já aprendeu a operar
seu negócio, que sabe quanto vai
gastar na abertura da filial", diz
Marco Militelli, 39, consultor estratégico e de gestão de negócios.
Aqui vale abrir um parênteses:
saber quanto vai gastar inclui, entre outros itens, todo o investimento para a construção/reforma
do ponto, o abastecimento do estoque, a compra de equipamentos, a contratação e o treinamento
de pessoal, as despesas imobiliárias e a cobertura dos primeiros
meses de operação da filial.
Se as altas taxas de juros hoje dificultam a obtenção de crédito
bancário, o empreendedor pode
recorrer a alguma linha de investimento com juros mais aceitáveis
e capital específico para expansão
ou ao lucro obtido pela matriz.
"Todo investimento tem de ser
analisado a médio e longo prazo,
não pode ser algo imediatista",
lembra Alessandro Saade, 35, diretor da Mercatus, Escola de Negócios da Unicsul. E completa:
"Às vezes, é mais seguro fazer
poupança com a matriz e adiar o
lançamento da outra unidade".
20 anos depois
Alaor Chiodin, 58, atuava no
mercado financeiro quando abriu
uma lavanderia. A Wash seguiu
como atividade paralela por 20
anos, quando, em 1995, ele sentiu
a pressão das concorrentes internacionais e resolveu dar prioridade ao negócio. Em 1996, abriu
uma filial, e, em novembro do ano
passado, a primeira franquia.
E compara: "Até 1995, dava para
trabalhar só com o gerente. Agora
não. Se o proprietário não marcar
presença, souber controlar sem
sufocar, a loja não anda bem".
Outro ponto a ser conferido é
o mercado. O professor de estratégia de negócios da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) Cláudio Antônio Tordino
destaca que não é qualquer ramo
que está em expansão.
"Pesquisar o comportamento
do público e da concorrência ajuda o empresário a decidir ou não
pela segunda unidade", diz.
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