São Paulo, domingo, 07 de março de 2004


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A NÚMERO 2

Optar por expandir com outra unidade implica estar apto para administrar e seguir com lucro

Filial depende da "saúde" da matriz

PAULA LAGO
EDITORA-ASSISTENTE DE EMPREGOS E NEGÓCIOS

Os negócios vão bem, os consumidores apreciam o atendimento e os produtos oferecidos, e o proprietário chega à conclusão de que deve ampliar seu raio de atuação com uma segunda unidade.
Para que essa história tenha um final feliz, porém, só os fatos acima não bastam. Uma filial significa investimento maior -tanto financeiro como de atenção-, equipe bem azeitada, escolha do ponto ideal e capacidade de manter o primeiro "filho", a matriz, com a lucratividade em alta.
Não são poucos os que se aventuram na expansão. No Estado de São Paulo, existem quase 1,3 milhão de estabelecimentos, dos quais 122.817 são filiais, de acordo com análise feita pelo Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) do Cadastro de Estabelecimentos Empregadores do Ministério do Trabalho e Emprego referente a 1999.
"Estamos falando de um empresário que já aprendeu a operar seu negócio, que sabe quanto vai gastar na abertura da filial", diz Marco Militelli, 39, consultor estratégico e de gestão de negócios.
Aqui vale abrir um parênteses: saber quanto vai gastar inclui, entre outros itens, todo o investimento para a construção/reforma do ponto, o abastecimento do estoque, a compra de equipamentos, a contratação e o treinamento de pessoal, as despesas imobiliárias e a cobertura dos primeiros meses de operação da filial.
Se as altas taxas de juros hoje dificultam a obtenção de crédito bancário, o empreendedor pode recorrer a alguma linha de investimento com juros mais aceitáveis e capital específico para expansão ou ao lucro obtido pela matriz.
"Todo investimento tem de ser analisado a médio e longo prazo, não pode ser algo imediatista", lembra Alessandro Saade, 35, diretor da Mercatus, Escola de Negócios da Unicsul. E completa: "Às vezes, é mais seguro fazer poupança com a matriz e adiar o lançamento da outra unidade".

20 anos depois
Alaor Chiodin, 58, atuava no mercado financeiro quando abriu uma lavanderia. A Wash seguiu como atividade paralela por 20 anos, quando, em 1995, ele sentiu a pressão das concorrentes internacionais e resolveu dar prioridade ao negócio. Em 1996, abriu uma filial, e, em novembro do ano passado, a primeira franquia.
E compara: "Até 1995, dava para trabalhar só com o gerente. Agora não. Se o proprietário não marcar presença, souber controlar sem sufocar, a loja não anda bem".
Outro ponto a ser conferido é o mercado. O professor de estratégia de negócios da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) Cláudio Antônio Tordino destaca que não é qualquer ramo que está em expansão.
"Pesquisar o comportamento do público e da concorrência ajuda o empresário a decidir ou não pela segunda unidade", diz.



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