São Paulo, domingo, 07 de março de 2004


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Mudança de foco é passo para derrocada

DA REDAÇÃO

"O grande erro é ficar muito empolgado e abrir a segunda unidade sem avaliar a real situação da primeira." A afirmação, de Marco Aurélio Giangiardi, consultor da unidade de administração e negócios do Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), vem seguida de um comentário cauteloso: "Não tenho estatísticas, mas a experiência mostra que o número de empresas que fecham a filial é muito significativo".
"Antes de expandir, a matriz deve estar bem desenvolvida, com lideranças amadurecidas, pois o negócio principal não pode depender só do proprietário quando se pensa em montar uma filial."
Hoje diretor da Mercatus, da Unicsul, Alessandro Saade já teve experiências no papel de empreendedor, uma delas nada agradável. Ele tinha uma empresa de assessoria internacional com uma carteira de clientes consolidada, quando decidiu abrir uma filial. "Sem prudência, abri uma unidade num Estado que oferecia benefícios fiscais e mudei o foco da atividade para intermediação comercial internacional, onde os ganhos seriam maiores."
Os lucros realmente foram grandes, assim como os investimentos necessários, "muito além da minha capacidade". E mais: ao mudar o foco, houve um enfraquecimento da operação inicial.
O passo maior que a perna resultou, em um ano, na perda de 70% da carteira de clientes e na saída de Saade da filial (o negócio ficou com o sócio). De quebra, ele abriu mão de parte do patrimônio pessoal para equilibrar a matriz.
"Para piorar, multinacionais concorrentes chegaram e, como estava desestruturado, fui obrigado a vender o restante da carteira de clientes." A volta por cima veio com a consultoria. "É mais econômico, seguro e confortável aprender com as cicatrizes alheias."



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