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A destinação correta para os pneus velhos é sonho de todo ambientalista e agora também de empreendedores que começam a investir em uma nova modalidade de negócio: a reciclagem de pneus sem utilidade.
Com a resolução 258 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), em vigor desde março, empresas especializadas em picotar e reciclar pneus estão surgindo no país.
Isso porque grandes fábricas e importadoras do material estão obrigadas a destruir um pneu velho para cada quatro que fabricam ou importam.
A Midas Elastômeros do Brasil inaugurou no final do ano passado uma fábrica em Itupeva (a 75 km de São Paulo), onde os componentes do pneu_borracha, aço e náilon_ são separados e revendidos.
O aço é vendido para siderúrgicas, e o granulado de borracha fica armazenado, aguardando o início da produção de massa asfáltica que a empresa pretende iniciar em breve.
Adriano Rosa, 29, gerente comercial da Midas, aposta no crescimento do setor, levando em consideração que, em 2003, 50% dos pneus fabricados terão de ser reciclados.
A empresa utiliza apenas 40% de sua capacidade. "A tendência é que a procura dos fabricantes pelos nossos serviços aumente." Atualmente, seus principais clientes são prefeituras e empresas com certificado ISO 14000, o "selo verde".

Investimento
Segundo a Anip (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos), seus associados terão de destruir ou reciclar cerca de 7,5 milhões de pneus neste ano para se adequar à norma.
Outra empresa que pretende iniciar o trabalho de reciclagem é a Usina Trituradora Ecológica de Pneus (Utep), que gastou em instalações e em equipamentos cerca de R$ 12 milhões.
"O investimento ainda é alto porque a maior parte do equipamento é importada", explica o gerente comercial, Alexandre Bicudo, 35. "Em quatro anos, São Paulo vai precisar de dez usinas com capacidade para triturar duas toneladas de pneus por hora para conseguir destruir todo o material", diz.
(GIOVANA TIZIANI)