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SOLUÇÃO AMIGÁVEL
Mais cara, arbitragem é saída à mediação e à conciliação
Empresários também recorrem à negociação para disputas trabalhistas
DA REPORTAGEM LOCAL
A mediação e a arbitragem
destacam-se como formas alternativas à conciliação no desfecho de conflitos de empresas.
Segundo Irani Cavagnoli,
professor da Trevisan Escola
de Negócios e ouvidor do Conselho Nacional das Instituições
de Mediação e Arbitragem, a
principal vantagem dos métodos é a economia de tempo.
"Na lei da arbitragem, por
exemplo, a própria norma define que o período máximo para
a resolução de um conflito seja
de seis meses", comenta.
Nas três modalidades, existe
a participação de uma terceira
pessoa, que deve ser imparcial.
A diferença entre elas, explica
Cavagnoli, é que na conciliação
as partes chegam a um acordo
estimulado pelo conciliador.
"Na mediação, trabalham-se
também as questões subjetivas,
por isso o mediador é chamado
de facilitador do processo de
negociação. Em geral, ele não
sugere um acordo", compara.
Caso a conciliação ou a mediação não resultem em um
pacto, as partes podem ainda
optar pela arbitragem, que
funciona como um julgamento
cuja sentença é final.
O método, contudo, tem as
suas próprias regras, afirma
Sandra Regina Fiorentini, consultora jurídica do Sebrae-SP.
"Tem um custo que pode ser alto para os pequenos empresários, uma vez que devem ser pagos os honorários do árbitro e
as custas da câmara."
Cavagnoli acrescenta que,
para as partes utilizarem a arbitragem, é necessário que ela
esteja estipulada no contrato.
"A maioria das grandes empresas tem essa cláusula de arbitragem, principalmente em
negociações no exterior. Lá fora, cerca de 80% dos conflitos
são resolvidos pelas câmaras."
Disputas trabalhistas
Recorrer à arbitragem em
conflitos trabalhistas também
tem sido a opção de alguns empresários, apesar de sua utilização ser controversa.
"Alguns juízes interpretam
que o direito do trabalho é indisponível [não deve ser discutido extrajudicialmente]. Mas a
maioria das câmaras trata desse tema", destaca Cavagnoli.
O empresário Eurides Batista Prado, que tem uma firma de
contabilidade, foi um dos que
aderiram a essa negociação.
"Tínhamos receio por não conhecer a legalidade das câmaras arbitrais, mas pesquisei sua
idoneidade e, claro, seu custo."
Segundo Prado, os conflitos
foram sanados e ele conseguiu
parcelar a dívida que tinha com
os empregados. "Na Justiça do
Trabalho, eu teria de pagar tudo à vista. Dessa maneira, pude
resolver todos os problemas."
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