São Paulo, domingo, 08 de março de 2009 |
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O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo. NO RASTRO DO CRÉDITO No BNDES, desembolso a pequenas cresce 165%
Apesar do aumento, participação de MPEs no total permanece em 10%
ANDRÉ LOBATO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA O crédito do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para MPEs (micro e pequenas empresas) cresceu 165% em seis anos. O salto nos repasses foi de R$ 3,44 bilhões, em 2003, para R$ 9,13 bilhões, em 2008. Os números são expressivos, mas ainda ficam aquém daqueles obtidos pelas grandes companhias no mesmo período. Estas apresentaram um crescimento de 194% no valor dos desembolsos -passaram de R$ 23,5 bilhões para R$ 69 bilhões entre 2003 e 2008. A participação das MPEs nos desembolsos ficou em 10% em 2008, mesmo patamar de 2003. A das grandes foi de 68% em 2004 para 76% em 2008. O destaque fica por conta do crescimento de crédito para as médias: 225% nesses seis anos. "Desde 2005, o banco vem destinando mais recursos para as questões sociais [entre elas, o desenvolvimento de MPEs]. É natural que as médias comecem a ocupar antes um caminho das micro e pequenas, até pelo porte", analisa Cândida Cervieri, diretora do Departamento de Micro, Pequenas e Médias Empresas do Ministério do Desenvolvimento, referindo-se à maior facilidade das médias para cumprir requisitos e conquistar crédito. Os dados do banco não incluem as operações do mercado secundário. Procurado, o BNDES não se pronunciou sobre o assunto. Desaceleração Os últimos meses, entretanto, foram de desaceleração no ritmo de crescimento dos desembolsos do banco estatal para micro e pequenas firmas. Em setembro do ano passado, foi registrada uma alta de 122% na comparação com igual mês do ano anterior. Em dezembro de 2008, o patamar da expansão caiu para 53% em relação ao mesmo mês de 2007. Dados do Banco Central mostram que a participação de empréstimos de até R$ 100 mil caiu um ponto percentual, para 17%, entre 2007 e 2008. "A desaceleração é preocupante", diz José Carlos Soares, do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Em outubro de 2006, o índice foi de 20%. Muralha de juros Apesar de mais crédito, empreendedores reclamam de barreiras. A maior delas seria a elevação do "spread" (a diferença entre o que os bancos gastam para captar dinheiro e o que cobram ao emprestar), o que encarece o crédito, afirma o empresário Luiz Trivelatto. "É uma Muralha da China. Não conseguimos [superar os obstáculos]. Mudamos a estratégia de produtos de médio e longo prazos para a de curto." Ele, que tem uma consultoria, viu o faturamento cair nos últimos meses. "O meu e o de 90% das firmas que conheço." Para Trivelatto, quando o faturamento cai, aumentam as exigências para os menores e socorrem-se os maiores. Próximo Texto: BC deve divulgar juro por porte Índice |
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