São Paulo, domingo, 08 de maio de 2011


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Passageiro compra por impulso

Lojista deve visitar estações e conversar com pessoas para definir público e produto para venda

DE SÃO PAULO

Cerca de 3,6 milhões de pessoas circulam pelas estações do Metrô diariamente na cidade de São Paulo. Apesar de o volume ser alto, os lojistas têm um desafio: transformar esses passageiros em consumidores.
As lojas instaladas em estações de transporte público se diferenciam das demais pelo estilo imediatista de consumo dos clientes, avalia Jean Fernando Miranda, consultor do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
"A compra é realizada, na maioria das vezes, por impulso, não pela necessidade real do consumidor. Esse deve ser o ponto explorado pelo lojista", orienta Miranda.
Segundo Heloísa Omine, professora de comunicação no ponto de venda da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), cafés, revistarias e lojas de roupas femininas são os que mais atraem passageiros.
"O lojista deve vender artigos pequenos, que possam ser transportados facilmente, como bolsas, sapatos e lanches naturais", pontua.
A própria estação onde o ponto comercial é instalado também delimita o futuro do negócio, apontam consultores entrevistados pela Folha.
Enquanto a linha 3-vermelha tem alto fluxo de passageiros de classes média e baixa, a 2-verde recebe grande volume de executivos.
Por isso, visitar estações, conversar com passageiros e fazer pesquisas de opinião com consumidores são estratégias indispensáveis para quem pretender abrir ponto comercial em estações de metrô, aconselha Omine.
Foi isso o que fez o empresário Carlos José Senfrini Júnior, 35, dono do quiosque JR1 -que comercializa e presta serviços de manutenção de celulares na estação Tatuapé (linha 3-vermelha) desde o ano passado.
"Tudo que os clientes pediam, eu anotava. Com o tempo, descobri o que as pessoas buscavam e ganhei a confiança dos passageiros", conta ele, que afirma ter faturamento de R$ 15 mil ao mês.
Segundo o empresário, para manter-se no metrô, é preciso oferecer preços menores que os cobrados em suas duas outras unidades em bairros nobres da capital paulista. "Tenho que baixar a margem de lucro para vender", assinala ele. (PB)


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