UOL


São Paulo, domingo, 09 de fevereiro de 2003


Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Pesquisas são caras, mas compensam

FREE-LANCE PARA A FOLHA

As áreas de pesquisa e de distribuição de produtos fitoterápicos também se revelam pontos a serem explorados, principalmente quando o assunto é o potencial dos recursos nacionais.
"No Brasil, há cerca de 55 mil tipos de plantas e só 1% disso é estudado do ponto de vista químico e farmacêutico. Importamos US$ 200 bilhões e exportamos US$ 70 bilhões, o que é muito pouco", analisa Lauro Barata, 60, pesquisador da Unicamp .
A gerente da Aiala Marketing, Sandra Aiala de Ancelmo, 36, concorda. A empresa trabalha com matéria-prima e distribuição de produtos e extratos fitoterápicos, e 95% do que movimenta é importado. "Infelizmente, o Brasil tem pouco investimento em tecnologia e pesquisa, apesar de ter muito recurso natural", diz.
Para desenvolver um produto fitoterápico a partir da planta bruta, são precisos estudos que comprovam sua eficácia, segurança e qualidade. "Uma pesquisa não sai por menos de R$ 500 mil e pode chegar a milhões", diz Aiala.
Segundo o biomédico Sócrates Calvoso Penna, do Profuturo, o prazo para desenvolver um produto varia de 4 anos a 15 anos. "Já o custo parte de US$ 300 mil e chega a US$ 2 milhões", avalia.
"O ideal é procurar ajuda e parcerias com institutos de pesquisa, como a Fapesp [Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo" e universidades."
O lucro, de acordo com ele, também é alto. "Ganha-se cerca de cem vezes o valor do investimento. Mas um produto que foi para a prateleira pode ser pago em até um mês ou em anos, dependendo do seu uso."



Texto Anterior: Sinal verde: Ervas movem anualmente R$ 1,4 bilhão
Próximo Texto: Venda de remédios tem segredos
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.