São Paulo, domingo, 09 de março de 2008


Próximo Texto | Índice

COMPRA FRACIONADA

Rico ou pobre, cliente gosta de parcelar a compra

Consumidores de renda alta pagam em menos vezes

MARIA CAROLINA NOMURA
DA REPORTAGEM LOCAL

Em maior ou menor número de prestações e com ou sem juros, o fato é que o cliente gosta de parcelar as suas compras.
Os consumidores de rendas média alta e alta são os que mais fazem compras a prazo com base na concessão de mecanismos de crédito. Os de renda mais baixa também o fazem, mas com menor freqüência.
As conclusões são do estudo "Financiamento no Varejo: Processo de Tomada de Decisão do Consumidor na Aquisição de Crédito", feito pelo Provar-FIA (Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração) e pela consultoria Canal Varejo e obtido com exclusividade pela Folha.
As instituições ouviram 500 consumidores na cidade de São Paulo, em setembro de 2007, sobre suas preferências em relação a meios de pagamento.
Segundo o estudo, enquanto pessoas de baixa renda preferem parcelar com prazos mais longos, grupos com renda maior optam por um número menor de prestações.
"Isso permite identificar a preferência pelo financiamento em todos os grupos entrevistados", diz Renata Queiroz, 34, pesquisadora da Canal Varejo.
Na loja de roupas Maria Simone, os clientes pagam em até três vezes. "O nosso público é de renda mais alta e paga em menos parcelas", afirma a proprietária, Simone Andreta.

Comunicação
Saber informar o cliente das opções de pagamento influi na decisão de compra.
De acordo com o estudo do Provar-FIA e da Canal Varejo, consumidores de renda média alta e alta recebem informações sobre o parcelamento pelos vendedores (39% e 33%, respectivamente) ou as solicitam no caixa (32% e 27%).
Já da renda média à baixa, cerca de 80% dos clientes são comunicados sobre isso por encartes publicitários ou anúncios na própria loja.
O levantamento revela ainda que o pagamento com cartão de crédito é a opção mais freqüente entre os consumidores das rendas alta e média alta.
Sonia Vitaliano, sócia-proprietária da loja de artesanato Oficina de Agosto, diz que metade dos seus clientes prefere pagar com cartão. "É mais seguro para nós", avalia.
Consumidores da renda média à baixa, no entanto, preferem comprar com dinheiro.
Boris Hermanson, consultor jurídico do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), diz que pequenas empresas têm buscado parceria com bancos de varejo para oferecer um cartão de crédito da loja aos clientes. "A medida dilui o risco de inadimplência e estimula a venda."


Próximo Texto: Compra fracionada: Cartão de crédito agrada a freguês, mas gera custos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.