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Compra fracionada
Cartão de crédito agrada a freguês, mas gera custos
Relação entre taxa de administração e de inadimplência revela viabilidade
DA REPORTAGEM LOCAL
Aceitar cartão de crédito
-forma de pagamento preferida pelos clientes mais ricos- é
uma opção cujos benefícios e
custos devem ser ponderados
pelo empresário.
O sistema pode ser uma solução se a empresa não tem caixa
para sustentar os pagamentos
parcelados. Além disso, o empresário tem, na operação com
cartão de crédito, a certeza de
que receberá o valor.
"Ele transfere o risco da inadimplência para as operadoras
financeiras", destaca Boris
Hermanson, consultor jurídico
do Sebrae-SP.
A segurança tem seu preço.
"As taxas cobradas pelas operadoras de cartão variam entre
3% e 7% do valor de cada venda", diz Alexandre Assaf, pesquisador da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras).
A "mordida" poderá aumentar se a compra for parcelada e
o empresário optar por receber
o dinheiro da operadora à vista.
"Nesse caso, além da taxa de
administração, ele pagará juros", explica Assaf.
O uso do mecanismo deve,
portanto, ser ponderado. "As
taxas podem custar uma parte
da margem de lucro", alerta
Fernanda Della Rosa, diretora
de assuntos econômicos da Federação do Comércio do Estado de São Paulo.
Na ponta do lápis
Para saber se compensa oferecer a opção do pagamento
parcelado com cartão, Hermanson aconselha o empresário a fazer as contas: "Se a taxa
de inadimplência é de 2%, e a
taxa do cartão, de 5%, mais juros e aluguel de equipamento,
talvez não valha a pena".
Della Rosa destaca ainda que
os comerciantes demoram cerca de 30 dias para receber das
administradoras, o que pode levá-lo a recorrer a um financiamento para repor seu estoque.
Na loja de confecções Guelt,
apesar do custo, o proprietário
Fábio Shoel optou por receber
por cartão de crédito. "Os clientes ficam satisfeitos", diz.
O cheque é uma forma de
parcelamento bem menos usada no varejo. O diretor comercial da rede L'Occitane do Brasil, Maurício Tadeu Caetano,
diz que somente 10% da clientela opta pelo cheque. "É o freguês que está com o limite do
cartão estourado."
(MCN)
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