São Paulo, domingo, 09 de março de 2008


Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Compra fracionada

Cartão de crédito agrada a freguês, mas gera custos

Relação entre taxa de administração e de inadimplência revela viabilidade

DA REPORTAGEM LOCAL

Aceitar cartão de crédito -forma de pagamento preferida pelos clientes mais ricos- é uma opção cujos benefícios e custos devem ser ponderados pelo empresário.
O sistema pode ser uma solução se a empresa não tem caixa para sustentar os pagamentos parcelados. Além disso, o empresário tem, na operação com cartão de crédito, a certeza de que receberá o valor.
"Ele transfere o risco da inadimplência para as operadoras financeiras", destaca Boris Hermanson, consultor jurídico do Sebrae-SP.
A segurança tem seu preço. "As taxas cobradas pelas operadoras de cartão variam entre 3% e 7% do valor de cada venda", diz Alexandre Assaf, pesquisador da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras).
A "mordida" poderá aumentar se a compra for parcelada e o empresário optar por receber o dinheiro da operadora à vista. "Nesse caso, além da taxa de administração, ele pagará juros", explica Assaf.
O uso do mecanismo deve, portanto, ser ponderado. "As taxas podem custar uma parte da margem de lucro", alerta Fernanda Della Rosa, diretora de assuntos econômicos da Federação do Comércio do Estado de São Paulo.

Na ponta do lápis
Para saber se compensa oferecer a opção do pagamento parcelado com cartão, Hermanson aconselha o empresário a fazer as contas: "Se a taxa de inadimplência é de 2%, e a taxa do cartão, de 5%, mais juros e aluguel de equipamento, talvez não valha a pena".
Della Rosa destaca ainda que os comerciantes demoram cerca de 30 dias para receber das administradoras, o que pode levá-lo a recorrer a um financiamento para repor seu estoque.
Na loja de confecções Guelt, apesar do custo, o proprietário Fábio Shoel optou por receber por cartão de crédito. "Os clientes ficam satisfeitos", diz.
O cheque é uma forma de parcelamento bem menos usada no varejo. O diretor comercial da rede L'Occitane do Brasil, Maurício Tadeu Caetano, diz que somente 10% da clientela opta pelo cheque. "É o freguês que está com o limite do cartão estourado." (MCN)


Texto Anterior: Rico ou pobre, cliente gosta de parcelar a compra
Próximo Texto: Pequena empresa tem acesso a cartão de crédito personalizado
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.