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LANCE GLOBAL
Internacionalização demanda estratégia e bom mapeamento
Exportação não pode ser vista como "tapa-buracos"
DA REPORTAGEM LOCAL
As empresas terão que se internacionalizar para garantir
expansão e sustentabilidade
dos negócios, querendo ou não.
A avaliação é de Sérgio Nunes, diretor do Departamento
de Micro, Pequenas e Médias
Empresas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. "A empresa
que exporta tem imagem diferenciada no mercado."
Mas o escoamento de produtos para outros países não pode
ser visto como um tapa-buracos para a falta de mercado interno -deve ser uma decisão
estratégica, com planejamento
e definição de objetivos.
Por isso a Inbits Aviamentos
fez investimentos para ampliar
a produção de 200 mil peças
por mês para 700 mil.
A gerente comercial Gláucia
Marchese, 40, explica que a
preocupação era dar conta dos
pedidos dos EUA e da França,
para onde a empresa vai começar a exportar. "O cliente estrangeiro é mais exigente em
relação a prazos", avalia.
A exigência também se dá
quando o assunto é a qualidade
do produto. "Originalidade,
criatividade e qualidade são características que não podem
faltar para quem quer exportar", afirma a designer Alessandra Migani, 37, sócia do ateliê
Casa da Alessa.
Ela conta que teve dúvidas
em relação à logística e à distribuição de suas coleções. "Às vezes, é mais vantajoso trabalhar
com serviço de entrega diferente para países diferentes", diz.
A designer considera importante "trocar ideias" com outras empresas e buscar ajuda de
associações, como a Abit (Associação Brasileira da Indústria
Têxtil).
Paulo Sérgio Elias, superintendente da cooperativa de cafeicultura Cooparaíso, aponta
outras "angústias" do empresário -aceitação do produto, disposição dos consumidores locais de trocar uma marca nacional por outra internacional
e composição de preços.
Antes de iniciar a venda de
seus produtos na França, a cooperativa fez um estudo sobre
o ponto de torra e o "blend" que
os franceses mais gostam.
Com a amostra do que seria o
produto tipo exportação, participou de uma feira para 400 mil
pessoas na Europa e promoveu
degustações.
Segundo ele, um "ponto a favor" neste comércio é que os
franceses valorizam o produto
"terroir", feito por uma comunidade -conceito no qual a
cooperativa se encaixa.
A exportação começou em
setembro de 2009. No ano passado, foram vendidas 18 toneladas de café especial. A previsão
para este ano é de 80 toneladas.
Visita
Para o empresário Fabiano
Gullame, antes de explorar o
mercado externo, é preciso
"entender quem são os clientes
importantes e saber quem está
comprando". Isso, diz, só se
consegue visitando os países.
Ele é sócio da Gullane Filmes, produtora responsável
por longas como "Bicho de Sete
Cabeças" e "Carandiru", e considera que a boa relação com
potenciais clientes não basta.
"Eles podem estar pensando
em uma linha editorial diferente da que você está propondo",
exemplifica Gullane.
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