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PASSA-SE O PONTO
Transparência nas finanças da companhia facilita venda
Passivos da empresa também devem fazer parte da negociação
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Se, na hora da compra, o interessado deve procurar saber o
máximo de detalhes sobre a
empresa, o bom vendedor, por
sua vez, tornará o negócio mais
atraente se já contar com essas
informações organizadas.
"Para vender, é preciso
transparência", crava Celso
Funcia Leme, coordenador da
área de finanças do Instituto
Coppead de Administração. "Se
as informações estão só na cabeça do dono, falta precisão. Isso se traduz em risco. Quanto
maior o risco, menor a propensão a pagar mais pela firma."
Para os especialistas, nem os
problemas devem ser ocultados. "O vendedor deve mostrar
todos os débitos e processos
[que a empresa está sofrendo]",
sugere Wilson Trevisan, do
Clube do Empreendedor.
Se esconder os problemas
não é solução, apontar as boas
técnicas de gestão pode desfazer qualquer imagem ruim.
"Poucos pequenos empresários têm o balanço da empresa
organizado", aponta Alfredo
Reis, do Ibmec São Paulo. Segundo ele, ter a gestão de custos
em ordem -com receita de
vendas, despesas e lucros- já
destaca a empresa. Um contador pode ajudar a levantar problemas como despesas gerais
altas ou impostos atrasados.
Valorizando o negócio
Durante a negociação, ativos
(bens e direitos, como equipamentos, carros e estoque) e
passivos (obrigações, como dívidas e parcelamento de tributos) devem ser destacados.
"Ponto comercial é como se
fosse um ativo", indica Trevisan, que acrescenta que um
contrato de exclusividade de
distribuição regional de produtos também é levado em conta.
Outros procedimentos podem evidenciar fluxo de caixa
crescente e diminuir o endividamento. "Atitudes como redução de custos, melhoria na
gestão de estoque e aumento da
base de clientes podem dar
mais valor à empresa", diz Rafael Paschoarelli, da FEA-USP.
Também é importante ter
em mente que eventuais dívidas poderão ou não passar para
o comprador. Na chamada venda com "porteira fechada", o
adquirente pode ficar com tudo
-bom ou ruim- que vier com a
empresa.
"Nesse tipo de negociação,
deve ficar claro entre as partes
que o comprador adquire também o passivo", alerta Leme.
Mas, quando a dívida não é formalizada -se o proprietário
deve para o cunhado, por
exemplo-, é melhor que o ônus
fique com a parte que vendeu,
já que os termos são informais.
O empresário paulistano José Luiz Vieira Coelho, 48, está
vendendo sua padaria, que fica
na zona norte de São Paulo.
Apesar de ter algumas dívidas,
ele não pretende passá-las para
o futuro dono. "Entrego com
tudo acertado e dou assistência
ao comprador", declara.
Geladeira, freezer e forno são
parte do ativo da empresa e virão com a compra.
(MI)
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