São Paulo, domingo, 09 de agosto de 2009


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GESTÃO FAMILIAR

Técnica aliada à tradição

Bem formados, filhos de donos de empresas trazem à companhia práticas novas e atitude crítica

Leticia Moreira/Folha Imagem
João Dias (ao centro) em sua empresa com seus filhos, Eduardo, Fabio e André (da esquerda para a direita)

NATALIE CATUOGNO CONSANI
ANDRÉ LOBATO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Parte dos empresários de pequenos e médios negócios que hoje integram a classe média emergente investiu bastante na educação dos filhos.
Não poupou, incentivou a prole a ter curso superior e, não raras vezes, custeou pós-graduação e estudo no exterior.
Não à toa, essa nova geração é considerada muito bem formada, técnica, racional e metódica por especialistas em empresas familiares.
Além de terem educação formal acima da média em relação às gerações anteriores, eles dominam bem a tecnologia, são mais flexíveis e optam pela racionalidade e pela métrica na hora de tomar decisões.
Esses herdeiros também conhecem diversas ferramentas de gestão, apostam em liderança -não em "chefia"- e dominam comunicação e marketing.
Esse conjunto de qualidades redunda em ações complementares às da geração que fundou o negócio. Quando contribuem com a administração da empresa, portanto, os filhos podem aumentar a prosperidade e dar aos pais a chance de se afastarem um pouco da lida para curtir merecida aposentadoria.
"Gerir negócio é ciência e arte. O pai é a arte, e o filho, a ciência", resume David Kallás, professor de gestão estratégica do Insper.

Crítica construtiva
Segundo Eduardo Najjar, especialista em empresas familiares da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), mesmo com toda essa formação, o jovem não aprende, na escola, a ser um bom sócio do empreendimento.
Os conflitos surgem, muitas vezes, porque os moços chegam da faculdade com ideias novas e atitude crítica em relação à empresa e ao que está feito, tendo como referência o ideal que eles veem nos livros, aponta Maria Teresa Roscoe, professora da Fundação Dom Cabral. "Eles devem amenizar o tom e fazer aos pais apenas críticas construtivas", orienta.
Um dos segredos para essa troca geracional dar certo é equilibrar as qualidades de fundadores e herdeiros, como fizeram pais e filhos ouvidos pela Folha. Leia, nestas páginas, algumas dessas histórias.


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