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PASSA-SE O PONTO
Detalhes podem minar localização comercial
Movimento da clientela e histórico do local devem ser bem observados
MARIA CAROLINA NOMURA
DA REPORTAGEM LOCAL
O sonho e a pressa de inaugurar seu empreendimento fizeram com que o ex-maître Carlos Giovani Vasconcelos, 29,
abrisse o restaurante Santo
Américo na Chácara Santo Antônio, na zona sul de São Paulo.
Dois meses atrás, contudo,
no mesmo local funcionava
uma pastelaria. Cerca de um
ano e meio antes, um restaurante japonês, e, anteriormente, uma loja de artigos de surfe.
A alta rotatividade do ponto
comercial é um indício de que a
longevidade do negócio está diretamente ligada à localização.
De acordo com Chan Wook
Min, presidente do Popai
(assessoria internacional de
marketing no ponto-de-venda), mais importante do que
buscar o histórico do ponto comercial é observar o fluxo da
provável clientela da região, sejam moradores, sejam pessoas
que trabalham por perto.
"Além de movimento, o local
deve ter estrutura para atender
a esses clientes, como vagas para os motoristas ou calçadas
largas para os pedestres", diz.
Mesmo com a falta de movimentação de pessoas e de veículos, Vasconcelos não desanima à frente do restaurante. "Há
uma faculdade na rua e muitas
empresas. Quando voltarem as
aulas, o movimento melhorará", diz o empreendedor, ao
passo que evita olhar para as
mesas vazias de seu estabelecimento em pleno meio-dia.
Com a calçada estreita e a fachada em reforma, um restaurante de massas na rua Barão
do Bananal, na Pompéia, na zona oeste, é outro exemplo de
negócio rotativo. Em dois anos,
segundo os vizinhos, o local foi
um pet shop e um restaurante
por quilo. Fechado na hora do
almoço, o empreendimento, de
acordo com os moradores, restringe-se a "happy hours".
Fora de mão
Movimento, contudo, não é
sinônimo de boa localização.
A avenida Rebouças, na zona
oeste de São Paulo, é exemplo
disso. No corredor de ligação
entre importantes avenidas, é
possível verificar, em apenas
um quarteirão, pelo menos cinco casas comerciais para alugar.
"O trânsito violento e a dificuldade para estacionar são
fatores que afastam os clientes", explica o sócio-diretor do
Grupo Cherto, Adir Ribeiro.
O importante, na avaliação
de Ribeiro, é observar a intensidade com que o público freqüenta a região. "Não basta passar pela rua, é preciso que o local tenha vocação para o negócio."
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