São Paulo, domingo, 10 de fevereiro de 2008


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PASSA-SE O PONTO

Detalhes podem minar localização comercial

Movimento da clientela e histórico do local devem ser bem observados

MARIA CAROLINA NOMURA
DA REPORTAGEM LOCAL

O sonho e a pressa de inaugurar seu empreendimento fizeram com que o ex-maître Carlos Giovani Vasconcelos, 29, abrisse o restaurante Santo Américo na Chácara Santo Antônio, na zona sul de São Paulo.
Dois meses atrás, contudo, no mesmo local funcionava uma pastelaria. Cerca de um ano e meio antes, um restaurante japonês, e, anteriormente, uma loja de artigos de surfe.
A alta rotatividade do ponto comercial é um indício de que a longevidade do negócio está diretamente ligada à localização.
De acordo com Chan Wook Min, presidente do Popai (assessoria internacional de marketing no ponto-de-venda), mais importante do que buscar o histórico do ponto comercial é observar o fluxo da provável clientela da região, sejam moradores, sejam pessoas que trabalham por perto.
"Além de movimento, o local deve ter estrutura para atender a esses clientes, como vagas para os motoristas ou calçadas largas para os pedestres", diz.
Mesmo com a falta de movimentação de pessoas e de veículos, Vasconcelos não desanima à frente do restaurante. "Há uma faculdade na rua e muitas empresas. Quando voltarem as aulas, o movimento melhorará", diz o empreendedor, ao passo que evita olhar para as mesas vazias de seu estabelecimento em pleno meio-dia.
Com a calçada estreita e a fachada em reforma, um restaurante de massas na rua Barão do Bananal, na Pompéia, na zona oeste, é outro exemplo de negócio rotativo. Em dois anos, segundo os vizinhos, o local foi um pet shop e um restaurante por quilo. Fechado na hora do almoço, o empreendimento, de acordo com os moradores, restringe-se a "happy hours".

Fora de mão
Movimento, contudo, não é sinônimo de boa localização.
A avenida Rebouças, na zona oeste de São Paulo, é exemplo disso. No corredor de ligação entre importantes avenidas, é possível verificar, em apenas um quarteirão, pelo menos cinco casas comerciais para alugar.
"O trânsito violento e a dificuldade para estacionar são fatores que afastam os clientes", explica o sócio-diretor do Grupo Cherto, Adir Ribeiro.
O importante, na avaliação de Ribeiro, é observar a intensidade com que o público freqüenta a região. "Não basta passar pela rua, é preciso que o local tenha vocação para o negócio."


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